Novo livro do escritor é baseado em fatos reais
23/04/2025 às 14h53

Se você tivesse a capacidade de salvar a vida de uma única pessoa, em qualquer período da história, quem escolheria? É com essa questão que Luiz Roberto Magalhães inicia o livro A Escolha. O lançamento ocorrerá na próxima sexta-feira (15/4), a partir das 17h, na Casa de Chá, na Praça dos Três Poderes.
O jornalista e escritor combina a realidade, baseada em um evento trágico de sua vida, com a ficção para alterar o passado e resgatar uma jovem que conheceu na internet em 2005, falecida antes do encontro pessoal. Na narrativa ambientada em Brasília, ele incorpora histórias da cidade e modifica os acontecimentos reais.
Magalhães relatou, em entrevista ao Metrópoles, que, em fevereiro de 2005, após o divórcio, leu notícias em um portal e ingressou em uma sala de bate-papo. Observando diversas pessoas “falando besteiras”, identificou um nome que lhe chamou a atenção: Giuliana – quase idêntico ao nome de sua ex-esposa, Juliana.
Ele enviou uma mensagem para ela, que respondeu e eles iniciaram uma conversa. Durante o diáela revelou que seu nome era Sophia, tinha 27 anos e cursava psicologia na UnB. “Foi uma conversa muito agradável. Aconteceu por volta das 23h30 e continuaram conversando até às 3h30 da manhã”, relatou.
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Após a comunicação online, eles compartilharam imagens, números de telefone e mantiveram contato diário. Em um fim de semana, tentaram agendar um encontro, porém não possuíam horários compatíveis. Assim, decidiram se encontrar na segunda-feira para comer sorvete.
Contudo, o encontro não ocorreu. Ele tentou contato, mas não obteve resposta até quarta-feira daquela semana. Neide, uma das melhores amigas de Sophia, atendeu uma das ligações e informou que ela estava em estado grave após sofrer um acidente de sábado para domingo, vindo a falecer na quinta.
A proposta do livro.
Apesar do tempo, Luiz Roberto Magalhães afirmou não ter esquecido o impacto da história. Ao entrar em uma igreja, acendia uma vela em memória dela. “Foi muito difícil, sabe, o dia em que chorei mais da minha vida, até mais que o dia em que perdi meu pai. Fiquei muito impactado pela história.”
Em 2023, residindo nos Estados Unidos, o jornalista teve uma vivência marcante e optou por escrever o livro. Contudo, a conclusão não se assemelhou ao desenrolar dos fatos.
Devido ao ocorrido, ele justificou a escolha de salvar Sophia em vez do pai, falecido em 2022, ou da avó, que partiu aos 94 anos. “Ele [o pai] fez tudo o que desejava, alcançou sucesso e teve uma vida longa. A Sophia era muito jovem, me impactou profundamente. Se eu pudesse ter essa capacidade, eu a salvara”, assegurou.
Para ele, o livro oferece um “pouquinho de esperança” e ressignificação para a tragédia. “O maior preço que a gente paga dessa vida é sobreviver sem as pessoas que a gente ama. Imagine as pessoas que você mais ama e se imagina sem elas na sua vida, é duro.”
A Sophia.
A falta de contato próximo com Sophia, a única pessoa conhecida pelo escritor que tinha ligação com ela, resultou em Neide ser a única pessoa que ele conheceu. Ele relata que ela se mostrou muito emocionada com o livro e que recebeu informações de que outros familiares e amigos da amiga também estariam presentes no lançamento.
“Serei muito tocado, pois terei a oportunidade de me conectar com a Sophia através de amigos e familiares. É uma situação com um grande significado”, explicou, relatando sua emoção diante do ocorrido.
Ele também relatou que o lançamento do livro encerra um período de sua vida iniciado há 20 anos, ao mesmo tempo em que inaugura novas conexões através do reencontro com amigos e familiares de Sophia.
A relação com Oswaldo Montenegro foi marcada por uma profunda admiração e respeito mútuo, permeada por discussões sobre arte, política e a busca por novas formas de expressão.
O fã de Oswaldo Montenegro, Luiz Roberto Magalhães, concluiu o livro com a música Intuição. O encontro dos dois ocorreu há cerca de duas semanas, quando o cantor se apresentou em Brasília e o escritor estabeleceu contato com ele.
Ela já tinha os livros impressos e tentou presentear o Oswaldo, pois mencionava o nome dele e utilizava músicas que ele produzia. A produção informou que ele só teria contato com familiares, mas ela conheceu uma prima do Oswaldo, chamada Adriana, contou a história para ela e pediu para entregar um livro para ele.
O autor informou que a autora entregou o livro ao cantor e retornou com uma edição assinada. Em seguida, Luiz explicou que a artista iniciou o espetáculo com a canção Intuição. “Eu apenas chorava”, ressaltou.
Reação da mãe de Sophia
O jornalista relatou que o livro foi entregue à mãe de Sophia há poucas semanas, durante sua internação. Uma prima da jovem, Gabriela, viajou para Brasília, ouviu a história e a compartilhou com a tia. Contudo, ela substituiu o nome Sophia por Alice, por precaução em relação à reação da mulher.
A mãe da Sofia se emocionou bastante com a narrativa, e ambas choraram. A Gabriela relatou que, ao receber alta, enquanto ia para casa, perguntou: “Será que você poderia levar a Alice lá em casa para eu conhecê-la?”. Ao informar que Alice estava em um castelo, como no livro, a matriarca solicitou que fossem ao local.
Ele enviou uma mensagem à Neide. “Agradeço imensamente a ela, pois ela é uma parte muito importante dessa história. Ela é o único elo que tenho com a Sophia”, concluiu.
Fonte: Metrópoles