Novo Nordisk Desiste de Ozempic para Tratamento do Alzheimer
A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk anunciou nesta segunda-feira, 24, que a versão em pílula do Ozempic não demonstrou eficácia no tratamento do Alzheimer. Dois estudos avançados que investigavam o uso do medicamento em pacientes com a doença falharam em apresentar resultados positivos.
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De acordo com a empresa, os pacientes que receberam o comprimido não apresentaram melhoras significativas na progressão da doença, conforme avaliações cognitivas realizadas. O medicamento testado, chamado Rybelsus, é a versão oral do semaglutida, atualmente aprovada apenas para o tratamento do diabetes tipo 2.
Assim como o Ozempic e o Wegovy, o Rybelsus é um agonista de GLP-1, uma substância que já se mostrou eficaz no tratamento da obesidade. A expectativa da Novo Nordisk era expandir o uso dessa classe de medicamentos para o tratamento do Alzheimer, um mercado com grande potencial e poucas opções eficazes disponíveis.
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Com os resultados negativos dos estudos, a empresa decidiu interromper a extensão planejada, que previa um ano de testes. A decisão foi tomada após a avaliação dos resultados dos estudos EVOKE e EVOKE+.
Por que a Novo Nordisk Testava o Ozempic Contra o Alzheimer
A Novo Nordisk iniciou a investigação do semaglutida (substância ativa do Ozempic) para o tratamento do Alzheimer após dados observacionais indicarem uma menor incidência da doença em pacientes diabéticos que utilizavam agonistas de GLP-1. Uma análise de registros de saúde da Dinamarca revelou que pacientes que usaram versões anteriores da classe, como o liraglutida (Victoza), apresentavam até 20% menos risco de desenvolver demência.
Essa observação gerou a hipótese de que os efeitos anti-inflamatórios, neuroprotetores e vasculares do medicamento poderiam retardar o declínio cognitivo. Estudos posteriores, envolvendo mais de 1,7 milhão de pacientes diabéticos, reforçaram essa associação: o risco de demência relacionada ao Alzheimer foi 46% menor com semaglutida em comparação ao uso de insulina.
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Impacto da Desistência nos Resultados da Empresa
Após a divulgação dos resultados negativos, as ações da Novo Nordisk sofreram uma queda de mais de 8,4% na bolsa de Copenhague. A descontinuação dos estudos de extensão representa um revés para a empresa, que buscava expandir seu portfólio de medicamentos para novas áreas terapêuticas.
