Núcleo de Stefanutto no INSS aponta Dataprev e ex-diretor por fraudes
Ex-funcionários consideram operação da Polícia Federal como “fogo-amigo”; aderem à posição de Rui Costa sobre o diácom a Controladoria-Geral da União.

Ex-funcionários e antigos colaboradores do INSS, próximos à gestão do ex-presidente Alessandro Stefanutto, apontam a Dataprev como responsável pelas fraudes nos descontos de benefícios previdenciários praticados por sindicatos e outras organizações.
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É necessário realizar adequações na empresa pública, que analisa os dados do INSS. Uma auditoria do TCU em junho de 2024 havia alertado para a fragilidade dos controles operacionais da estatal, por exemplo.
O Poder360 apurou que outra avaliação sobre a crise é que a origem está no ex-diretor de benefícios do instituto, André Fidelis. Ele foi desligado em 2024 por atrasar a entrega de relatórios de fiscalização, conforme o governo.
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Afirmam que as fraudes poderiam ter sido detectadas e enfrentadas anteriormente, sem a cooperação de Fidelis, evitando o enfraquecimento.
Fidelis é um dos investigados por suposto recebimento de propina de entidades e do chamado “Careca do INSS”, apontado como articulador em diferentes associações. Ele também é suspeito de ter recebido recursos de Cecília Mota e de ter realizado pelo menos uma dúzia de viagens a Portugal em sua companhia.
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A Polícia Federal constatou, em abril, que associações e sindicatos obtiveram cerca de R$ 6,5 bilhões através de retenção indevida de benefícios previdenciários entre 2019 e 2024.
A operação desagradou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O caso gerou controvérsia na viagem internacional do petista, com buscas na internet. Adicionalmente, houve maior interação nas redes sociais em comparação com o Pixgate no início do ano.
O governo ainda não apresentou um plano detalhado sobre como irá compensar os valores desviados. Recentemente, apenas informou que os usuários podem relatar se concordaram ou não com os descontos, a partir da quarta-feira (14.mai).
Stefanutto foi desligado da Petrobras em 29 de abril pelo presidente Lula. Ele solicitou sua saída, porém o petista agiu mais rapidamente e a demissão foi publicada no Diário Oficial.
INSS e CGU estabelecem relações complexas, envolvendo a necessidade de acompanhamento e avaliação contínuos das atividades de ambos os órgãos, especialmente em relação à gestão de riscos, à prevenção e combate à corrupção, e à garantia da transparência e da
A análise do núcleo próximo à gestão anterior do INSS indica que a Polícia Federal e a CGU (Controladoria-Geral da União) deveriam ter entrado em contato previamente antes de divulgar as investigações.
Alessandro Stefanutto encaminhou uma carta ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, buscando informações sobre uma operação do Ministério Público em São Paulo relacionada a uma associação suspeita de desvios de benefícios. O Poder360 teve acesso a este ofício.
A mesma perspectiva foi defendida publicamente pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, que no início de maio afirmou que a controladoria deveria ter “apontado o problema” e informado sobre as fraudes para autoridades “ao nível de ministro”.
Muitas pessoas próximas à alta cúpula do INSS foram demitidas ou afastadas, ainda com a nova gestão. Outros também foram desligados com a mudança de administração no instituto.
Os relatos de quem permaneceu no instituto indicam um ambiente de trabalho caracterizado pela desconfiança e influenciado pelos impactos da crise decorrente dos cortes nos benefícios.
Fonte: Poder 360