O amor adiado: o medo de ser visto como o maior obstáculo à intimidade

O receio de ser observado continua sendo o principal obstáculo à intimidade.

20/10/2025 13:02

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O amor adiado: o medo de ser visto como o maior obstáculo à intimidade
(Imagem de reprodução da internet).

Reflexões sobre o Amor e o Arrependimento

Na última semana, Diane Keaton nos deixou. Contudo, o que ressoou não foi o silêncio de sua ausência, mas a confissão de Al Pacino, que lamentou não tê-la levado ao altar, considerando isso a decisão mais insensata que tomou. Ele revelou que ela passou a vida esperando que ele amadurecesse, enquanto ele se escondia atrás dos roteiros, temendo que o brilho dela expusesse suas fraquezas.

Essa declaração vai além de um simples lamento; é um retrato de uma geração que procrastina o amor como se estivesse adiando a própria vida. Vivemos como se o tempo tivesse um botão de replay e as pessoas, um botão de pausa. O valor da presença só é compreendido quando já se tornou ausência.

A Complexidade do Amor

O amor é o único espaço onde podemos ser vistos sem máscaras, e isso é o que mais assusta. É mais fácil desempenhar o papel de quem ama do que encarar o olhar de quem nos vê por inteiro. A entrega ao amor é incompatível com a expectativa de um espetáculo. Desejamos ser amados, mas tememos o olhar que penetra a máscara que usamos para aparentar força.

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A estabilidade, que deveria simbolizar paz, passou a ser sinônimo de tédio. Queremos um amor tranquilo, mas sentimos falta do caos. Quando o outro se torna previsível, chamamos de rotina; quando é imprevisível, chamamos de mistério da paixão. O amor maduro não rouba suspiros, mas ensina a respirar. No entanto, atualmente, o amor parece verdadeiro apenas quando causa dor.

A Dinâmica do Apego

A previsibilidade acalma a mente, reduzindo o cortisol e ativando a oxitocina, o hormônio da confiança. Assim, aqueles que buscam incessantemente o novo acabam mais dopados de adrenalina do que de afeto. O amor se transformou em um jogo emocional, onde vence quem melhor blefa, e não quem sente mais.

O apego é a maneira como aprendemos a amar, depender e confiar. Um estudo da Universidade de Columbia revela que menos de 60% dos adultos possuem apego seguro, caracterizado por um amor vivido com confiança, presença e liberdade, sem a necessidade de provar o afeto constantemente. Os demais amam como se estivessem sempre prontos para fugir de um incêndio.

Os Medos do Amor

Ninguém nasce sabendo amar de forma inadequada; aprendemos com cada rejeição, traição ou descuido que reconfigura nosso afeto e altera nosso tipo de apego. O resultado é um amor vigilante e calculado, repleto de medo de dar certo.

O apego ansioso teme o abandono e tenta segurar o outro até sufocar, enquanto o evitativo teme o controle e se afasta antes que o outro se aproxime. O ambivalente pede para o outro ficar, mas já ensaia o adeus. No fundo, todos compartilham o mesmo medo: o de não serem amados se forem vistos de verdade.

Consequências das Experiências

Após experiências negativas, o cérebro associa amor a ameaça. O que antes liberava dopamina, agora gera cortisol. O romantismo se transforma em vigilância e a entrega, em cálculo. Quem já foi ferido ama com cautela e chama isso de maturidade.

É nesse ponto que surge o arrependimento: o ansioso se culpa por sentir demais, enquanto o evitativo se culpa por sentir de menos. No final, um sofre pelo que fez, e o outro pelo que não conseguiu sentir. Tal vez seja por isso que amores intensos terminam em frases como a de Al Pacino. O medo de se entregar faz parecer mais seguro adiar o amor, até que o tempo decida por nós. E quando isso acontece, o amor já se transformou em memória.

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