O Banco Central afirma que o Brasil não enfrenta dificuldades com a meta de inflação de 3%
29/04/2025 às 12h31

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, declarou, na terça-feira (29/4), que a autoridade monetária “não tem nenhum tipo de desconforto” com a meta inflacionária atual, de 3%.
Galípolo afirmou que não há desconforto com a meta de 3%. Acrescentou que o Banco Central está seguindo seu caminho para alcançar a meta, não vendo o Brasil como um caso isolado em relação à meta inflacionária de outros países.
A declaração foi feita em coletiva para apresentar os dados do Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, também publicado nesta terça-feira.
Inflação
Em 2025, a meta inflacionária é de 3%, com uma variação de 1,5 ponto percentual – o que implica um piso de 1,5% e um teto de 4,5%. A meta será alcançada se a inflação permanecer dentro desse intervalo de tolerância.
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A meta é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), composto pelo Ministério da Fazenda (presidente do Conselho), Ministério do Planejamento e Orçamento e pelo Banco Central.
Destaca-se que, a partir deste ano, a meta de inflação é contínua, e não mais por ano-calendário. Isso significa que o índice é calculado mês a mês. Se o acumulado em 12 meses ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.
A inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 5,48% nos últimos 12 meses até março. Com essa trajetória e nível, espera-se que a meta não seja atingida no próximo ano.
O Banco Central continua apontando o rompimento da meta neste ano.
Na última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o colegiado alertou que, caso a inflação continue avançando, o montante acumulado em 12 meses excederá o limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses.
O Brasil não é considerado um caso atípico.
O presidente do BC declarou que a discussão sobre a meta inflacionária de 3% não é uma discussão, sobretudo quando comparada com outros países. “Não se vê nenhum tipo de outlier, o Brasil ser algo fora do normal, do ponto de vista de meta de 3%”, destacou ele.
Conforme Galípolo, a única divergência seria: como o Brasil mantém um dinamismo econômico robusto, apesar das taxas de juros “relativamente mais elevadas”, que para outras economias seriam um patamar restritivo.
Fonte: Metrópoles