O Banco Central interrompe o aumento das taxas de juros e os mantém em 15%

A decisão fora comunicada na reunião de junho e aguardava-se por profissionais do mercado financeiro.

30/07/2025 18h41

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Banco Central do Brasil, fachada externa. Brasília, 02-03-2017. Foto Sérgio Lima/Poder 360.

O Banco Central decidiu manter a Selic em 15% ao ano na quarta-feira, 30 de julho de 2025. A autoridade monetária interrompeu o ciclo de aumentos na taxa básica de juros, que começou em setembro de 2024 – há quase um ano. A decisão foi unânime.

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O movimento já havia sido indicado pelos membros do Copom (Comitê de Política Monetária) na reunião anterior do colegiado, em junho. Operadores financeiros também já antecipavam a manutenção da taxa básica de juros. Segue o documento integral (PDF – 31 kB) do comunicado.

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Afeta diretamente as taxas cobradas em empréstimos, financiamentos e investimentos. No mercado financeiro, influencia o rendimento de aplicações.

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O índice manteve-se no nível mais elevado desde julho de 2006, quando atingiu 15,25% ao ano — a taxa permaneceu nesse patamar de 1º de junho a 19 de julho de 2006. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontrava-se na fase final de seu primeiro mandato naquele ano.

A última vez que o Banco Central reduziu as taxas de juros foi em maio de 2024, quando a taxa estava em 10,5% ao ano. Posteriormente, foram realizadas duas revisões antes do início de novos aumentos.

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O controle da inflação

A taxa Selic em 15% ao ano se justifica principalmente pelo controle da inflação. O crédito mais caro reduz o consumo e a produção, fazendo com que os preços não aumentem com tanta velocidade.

Um caso prático e simplificado é o financiamento de um automóvel: devido aos juros elevados, a aquisição se torna menos interessante, diminuindo a demanda. Com menor procura, os vendedores frequentemente mantêm ou até reduzem os preços para evitar a perda de vendas.

A política monetária estabelece que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) não deve ultrapassar a meta de 4,5%.

Caso o objetivo não seja atingido no primeiro semestre e, ao final do ano, o Banco Central deve enviar uma carta justificando o resultado. Isso ocorreu nos primeiros seis meses de 2025.

A inflação anualizada em junho ficou em 5,35%, acima do limite da meta, que era de 4,5%. O Banco Central projetou que a inflação só retornaria ao intervalo meta no primeiro trimestre de 2026.

O documento é assinado pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Trata-se de uma carta aberta que tem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como destinatário.

Reato do governo Lula

O petista e seus aliados manifestavam forte crítica aos juros elevados em 2023 e 2024. Naquele período, o presidente do Banco Central era Roberto Campos Neto, indicado ao cargo por Jair Bolsonaro (PL).

Em 2025, as discussões diminuíram após Galípolo assumir o controle da autoridade monetária. Lula declarou, em 30 de junho, que o economista é “muito sério” e que a taxa Selic deve reduzir “com o tempo”.

O Banco Central é independente.

Lula afirmou que a taxa Selic em elevação não está relacionada à política econômica implementada por Haddad.

No entanto, o governo tem sido pressionado a rever as contas e reduzir despesas, conhecida como política fiscal. Diante do aumento dos gastos, o Banco Central observa uma maior pressão sobre a inflação e, por consequência, eleva as taxas de juros.

Apesar do tom mais brandido de Lula, alguns de seus apoiadores ainda criticam a taxa Selic elevada.

Os juros têm uma longa história, remontando às civilizações antigas. Em diversas culturas, como a Mesopotâmínio e a Egípcia, existiam práticas de cobrança de encargos sobre empréstimos e financiamentos. Essas cobranças, muitas vezes, eram baseadas em taxas percentuais sobre o valor emprestado, refletindo o

Relembre as decisões anteriores do Banco Central sobre juros:

Fonte por: Poder 360

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