O Brasil avança 47 posições no ranking mundial de liberdade de imprensa

Os números brasileiros representam um dos poucos avanços nesse indicador para 2025. Seis em cada dez países apresentaram queda no ranking.

02/05/2025 10h03

4 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

O Brasil avançou 47 posições no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa da Repórteres Sem Fronteiras, organização não governamental e sem fins lucrativos. A comparação é entre a posição de 2025, quando o país ficou em 63º lugar, e a de 2022.

O estudo define liberdade de imprensa como “a capacidade real de jornalistas, como indivíduos e como grupos, escolherem, criarem e compartilharem informações de interesse público, sem interferências políticas, econômicas, legais ou sociais, e sem risco à sua segurança física e mental”.

Os números brasileiros, contudo, se destacam entre as poucas melhorias nesse indicador para 2025. Seis em cada dez países caíram no ranking. Pela primeira vez na história do levantamento, as condições para o jornalismo são consideradas “ruins” em metade dos países do mundo e “satisfatórias” em menos de um em cada quatro.

A média de pontuação de todos os países analisados ficou abaixo de 55 pontos, o que classifica a situação da liberdade de imprensa no mundo como “difícil”. Segundo a RSF, o ranking é um índice que mede as condições para o livre exercício do jornalismo em 180 países do mundo.

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O índice possui cinco indicadores: político, social, econômico, marco legal e segurança. Com base na pontuação de cada um, é definida a pontuação geral por país. O indicador econômico foi o que mais contribuiu em 2025.

Significa a concentração da propriedade dos meios de comunicação, a pressão de anunciantes ou financiadores, a ausência, restrição ou atribuição opaca de auxílios públicos.

De acordo com a RSF, os meios de comunicação se dividem entre assegurar sua independência e lutar pela sobrevivência econômica.

Assegurar um ambiente de mídia pluralista, livre e independente requer condições financeiras estáveis e transparentes. A falta de independência econômica impede a liberdade da imprensa. Quando um veículo de comunicação se encontra economicamente fragilizado, ele é influenciado pela busca por audiência, em detrimento da qualidade, e pode se tornar vulnerável a oligarcas ou a tomadores de decisão pública que o exploram.

A independência financeira é uma condição essencial para garantir informações livres, confiáveis e voltadas para o interesse público.

Outras informações.

A Argentina se destaca em rankings de pesquisa, situando-se na 87ª posição entre 180 países. A análise aponta para retrocessos decorrentes das tendências autoritárias do governo do presidente Javier Milei, que tem estigmatizado jornalistas, desmantelado a mídia pública e empregado a publicidade estatal como ferramenta de pressão política. O país registrou uma perda de 47 posições em dois anos.

O Peru (130º) também se mostrou um local onde pesquisadores detectaram o colapso da liberdade de imprensa, com uma redução de 53 posições em relação a 2022. As razões apontadas incluem assédio judicial, campanhas de desinformação e aumento da pressão sobre a mídia independente.

Os Estados Unidos (57º) estão marcados pelo segundo mandato de Donald Trump, que, conforme o levantamento, politizou instituições, diminuiu o apoio à mídia independente e marginalizou jornalistas. No país, a confiança na mídia está em declínio, os repórteres têm enfrentado hostilidade e muitos jornais locais estão desaparecendo. Trump também encerrou o financiamento federal da Agência dos Estados Unidos para a Mídia Global (USAGM).

As regiões do Oriente Médio e Norte da África são as mais perigosas para os jornalistas no mundo. Destaca-se, segundo a RSF, o massacre do jornalismo em Gaza pelo exército israelense. A situação em todos os países nessas regiões é considerada “difícil” ou “muito grave”, com exceção do Catar (79º).

Empresas de grande porte

A RSF destaca o impacto das grandes empresas tecnológicas nos desafios contemporâneos. Argumenta que a economia da mídia é prejudicada pelo domínio do GAFAM (Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft) na distribuição de informações, especialmente em relação a plataformas não regulamentadas que capturam receitas de publicidade essenciais para o jornalismo.

Em 2024, o investimento em publicidade nas redes sociais atingiu US$ 247,3 bilhões, representando um crescimento de 14% em comparação com 2023. A RSF destaca que essas plataformas também impulsionam a disseminação de conteúdos fabricados ou fraudulentos, agravando os problemas de desinformação.

A concentração de propriedade representa uma preocupação significativa, ameaçando o pluralismo da mídia. Em 46 países, a propriedade dos meios de comunicação está altamente concentrada – ou mesmo totalmente nas mãos do Estado, conforme análise dos dados do ranking.

Fonte: Metrópoles

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