O Brasil se destaca como um dos principais países com maior produção e desenvolvimento de energia solar
A energia solar, que apresentou um crescimento significativo nos últimos anos, representa a segunda maior fonte na matriz elétrica do país e impulsiona o desenvolvimento econômico, social e ambiental, conforme destacam especialistas.

O Brasil, que receberá a COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, é o quarto maior mercado mundial de energia solar, ficando atrás apenas da China, dos Estados Unidos e da Índia.
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O país deverá desempenhar um papel de destaque no processo de transição energética mundial.
Em 2024, o Brasil aumentou em 18,9 gigawatts (GW) de potência pico proveniente de energia solar fotovoltaica, representando aproximadamente 3% do mercado global, segundo informações da SolarPower Europe e da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
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A energia solar é a segunda maior fonte na matriz elétrica nacional, com 56 GW em operação no Brasil, representando 22,5% de toda a capacidade instalada, ficando atrás apenas das hidrelétricas.
A COP30 acontecerá de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém, no Pará. Trata-se da primeira vez que a COP, maior conferência global sobre mudanças climáticas, é realizada no Brasil.
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A energia solar desempenha um papel importante no desenvolvimento econômico, social e ambiental. O setor fotovoltaico brasileiro é responsável por mais de R$ 254 bilhões em investimentos acumulados, que geraram mais de 1,7 milhão de empregos verdes no país desde 2012, conforme a Absolar.
A maior parte da energia solar no Brasil é proveniente da geração própria, também chamada de geração distribuída, onde são instalados sistemas solares em telhados de residências, pequenos comércios, propriedades rurais e edifícios públicos.
A parcela restante – cerca de um terço – das grandes usinas solares, a geração centralizada, comercializada no mercado livre de energia, informou a associação.
A Absolar aponta que aproximadamente 70% das maiores usinas solares do Brasil estão localizadas na região Nordeste.
Jacques Paes, professor do MBA em ESG e Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), destaca a importância de expandir a matriz energética, com foco na distribuição solar e geração distribuída, além de promover a democratização do acesso.
Para ele, o Brasil apresenta desafios, incluindo a insegurança jurídica, tributária, e a falta de regulamentações para a infraestrutura relacionada à energia solar.
Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar, também acredita que o setor tem enfrentado desafios que comprometem a aceleração da transição energética sustentável no país. Uma das críticas do especialista é a falta de uma meta brasileira para alcançar uma matriz totalmente limpa.
Energia solar no Brasil ganha destaque internacional.
A energia solar certamente será um ponto central na COP e o Brasil ocupa um papel de destaque nesse contexto. O país registrou um avanço histórico notável nas energias renováveis em sua produção elétrica, sobretudo a solar.
“O Brasil demorou décadas para desenvolver usinas hidrelétricas, e agora estamos observando que isso se concretiza em poucos anos com a energia solar”, explica Paes.
O rápido aumento da energia solar no Brasil é notório globalmente. De acordo com Sauaia, o país apresenta um dos mais expressivos recursos solares do mundo e ganha relevância crescente no processo de transformação energética e na luta contra o aquecimento global.
O Brasil é um dos países mais vulneráveis do mundo em relação às mudanças climáticas, que afetam a disponibilidade de água e, tornam essa fonte de energia instável, segundo Sauaia.
O país tem realizado um trabalho essencial na diversificação da matriz elétrica brasileira, sendo importante aproveitar esse recurso em prol da segurança e resiliência energética.
Comunidades solares e vantagens.
Sauaia ressalta o proveito da energia solar em comunidades afastadas da rede elétrica e que necessitam de geradores a diesel.
É possível substituir esse tipo de geração fóssil do passado por sistemas solares com bateria, que tragam energia 24 horas por dia para essa população local, silenciosa, limpa, mais barata, mais estável e previsível, explica ele.
O especialista também aponta que a energia solar oferece maior autonomia, independência e conforto para comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, indivíduos que residem em ilhas e na região amazônica, por exemplo.
Sauaia argumenta que é imprescindível, não apenas diversificar, mas também aumentar a produção de energia local.
A energia solar pode ser de grande auxílio nesse aspecto, pois quanto mais próximo do local de consumo você tiver a geração, mais resiliente ela também se torna e mais eficiente ela fica.
Compartilhamento e democratização
Existem situações em que indivíduos produzem sua própria energia ou se unem em consórcios, cooperativas, associações, condomínios.
Sauaia aponta que a geração compartilhada de energia solar é uma tendência global que tem avançado significativamente em diversos países, incluindo aqueles em desenvolvimento e os industrializados.
Para o especialista, a geração compartilhada auxilia na democratização do acesso à energia solar.
É possível participar e obter vantagens de uma energia mais limpa e econômica, mesmo para quem reside em apartamento, em imóvel alugado ou sem telhado próprio, conforme explica.
De acordo com Sauaia, esses modelos não necessitam que o consumidor instale um sistema no telhado, e a economia na conta de luz pode variar entre 5% e 20%.
O Brasil ainda não definiu meta para uma matriz de energia totalmente renovável.
Ainda que a COP30 esteja próxima, o Brasil ainda não definiu uma meta para alcançar uma matriz 100%, afirma Sauaia.
Embora possuamos uma rede elétrica com aproximadamente 85% de renovação em potência instalada, e que em 2023 alcançamos 93% de eletricidade renovável fornecida à população, ainda não estabelecemos uma meta para alcançar uma matriz 100% limpa.
O especialista ressalta que o país deve aproveitar a COP30 para anunciar, da mesma forma que outros países já fizeram, que possuirá uma matriz totalmente limpa e renovável.
A publicação como essa é relevante, pois demonstra o compromisso do Brasil com a expansão das tecnologias sustentáveis em seu setor produtivo nos próximos anos.
Ele afirma que vários países já implementaram essa meta, como os Estados Unidos e a Alemanha, que buscam alcançar uma matriz 100% renovável até 2035. O Brasil, por ser sede da COP30 neste ano, tem o dever de exibir sua liderança e seguir o mesmo caminho.
Brasil pode assumir protagonismo na transição para um mercado de baixo carbono.
Fonte por: CNN Brasil