O Cacique Serere ganhou mais de R$ 85 mil durante os eventos de golpe
A comissão parlamentar de inquérito do Distrito Federal obteve acesso a informações financeiras que mostram que o cacique Serere, um líder indígena que foi preso por instigar um golpe, recebeu um significativo financiamento.

De acordo com um relatório obtido pela CPI dos Atos Antidemocráticos, o indígena José Acácio Serere Xavante, também conhecido como cacique Serere, recebeu R$ 85.431,50. O relatório foi obtido durante a investigação que está ocorrendo na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Os altos valores caíram na conta de Serere em meio aos vários atos dele e outros bolsonaristas por Brasília pregando o golpe de Estado e ações contra o resultado das urnas.
O Metrópoles já havia mostrado ainda o financiamento de R$ 17 mil, em 5 de dezembro de 2022, vindo de um fazendeiro de Mato Grosso chamado Maurides Parreira Pimenta, conhecido como Didi Pimenta, de Campinápolis (MT).
LEIA TAMBÉM:
● Diárias de hotel durante a estadia de Lula em Paris ultrapassam a marca de € 10.000
● Plenário do TCU autoriza revisão do acordo de concessão do Aeroporto do Galeão
● Engenheiro assassinado por criminosos em residência, acessada com chave replicada
Exatamente uma semana depois da transferência, o indígena, que vinha fazendo várias mobilizações em Brasília contra o resultado das urnas, instigando um golpe de Estado, acabou preso e gerou rebelião de bolsonaristas.
No dia 12 de dezembro de 2022, após a prisão de Serere, apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) tentaram invadir a sede da Polícia Federal em busca do indígena, entraram em confronto com as forças de segurança do DF, depredaram prédios, incendiaram veículos e atacaram uma delegacia.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A CPI buscava entender por que os indígenas se opuseram ao resultado democrático das eleições daquele ano.
Na quebra de sigilo bancário do cacique, o valor de R$ 17 mil confirma Didi Pimenta como financiador. Um vídeo do fazendeiro assumindo o financiamento já tinha vindo à tona. O produtor rural chegou a se filmar pedindo mais dinheiro, dizendo ter enviado oito ônibus com indígenas para Brasília.
Aquelas pessoas, todas juntas, estavam assistindo a um filme. A sala estava tão escura que quase não se via nada. De repente, algo assustador aconteceu. Foi um susto tão grande que todos gritaram. O filme continuou, mas agora todos estavam com medo do que poderia acontecer em seguida.
Na CPI, em agosto, o indígena negou que conhecia o fazendeiro. O cacique chegou a ser confrontado com o vídeo de Didi Pimenta e chamado de mentiroso pelo presidente da Comissão, Chico Vigilante (PT).
Serere deve ser incluído como pedido de indiciamento na CLDF. O relatório final será apresentado em novembro.
O indígena xavante José Acácio Serere ficou preso entre 12 de dezembro do ano passado, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), e 9 de setembro deste ano.
O ministro Alexandre de Moraes permitiu a liberação do militante bolsonarista que estava preso em Brasília, contanto que ele use uma tornozeleira eletrônica.