O COP 30 intensifica o termo ‘para o estrangeiro é mais caro’ com diárias de hotéis acima de R$ 10 mil

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 30, acontecerá em Belém, no Pará, em novembro de 2025. Contudo, a organização está enfrentando controvérsias devido aos altos custos dos hotéis na cidade.

Em um cenário de alta demanda e baixa oferta, os preços das hospedagens aumentaram significativamente. Isso representou um desafio para empresas estrangeiras e para os residentes de Belém.

A problemática enfrentada pelo setor hoteleiro em Belém.

Com a realização da COP 30, Belém se prepara para receber um grande número de delegações internacionais, incluindo chefes de Estado, ministros e representantes da sociedade civil de mais de 190 países. Contudo, a cidade, com uma infraestrutura hoteleira restrita, enfrenta sérios desafios para prover acomodações adequadas. O acentuado aumento nos valores das diárias causou uma crise no setor, com custos de até R$ 25 mil em um hotel de duas estrelas, que ultrapassam os preços de hospedagens de luxo em cidades como Paris e Nova York. O aluguel de uma residência de alto padrão em Belém atingiu R$ 2.232.538, enquanto no Four Seasons Hotel George V, em Paris, o valor seria de apenas R$ 140.002.

A pressão externa e o bloqueio do poder executivo.

A inflação nos preços das hospedagens é sentida majoritariamente pelos países em desenvolvimento, que têm dificuldades financeiras para participar do evento em razão dos altos custos. A pressão sobre o Brasil tem aumentado, com representantes de diversas nações, incluindo países africanos e asiáticos, solicitando a transferência da COP 30 de Belém para outra cidade. Em algumas circunstâncias, os valores das diárias foram multiplicados por até 15 vezes, o que causou um desconforto diplomático e resultou em pedidos formais para alterar a localização do evento.

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP 30, declarou que o governo brasileiro está buscando negociar com o setor hoteleiro para diminuir os valores. No entanto, ele admite que a legislação brasileira não possibilita a definição de restrições sobre as tarifas, o que restringe o governo a procurar uma solução por meio do diálogo.

A realidade para os moradores de Belém.

Além das dificuldades enfrentadas pelas delegações, os moradores de Belém também foram impactados pelo aumento dos preços. Muitos apartamentos, principalmente aqueles transformados em Airbnb, tiveram seus preços elevados e, em alguns casos, houve ordens de despejo para transformar esses imóveis em acomodações temporárias para os visitantes da COP 30. A universitária Evelyn Ludovina, 21, relatou a surpresa ao receber uma ordem de despejo, juntamente com outros moradores, devido ao aumento nos aluguéis causado pela alta demanda de hospedagem.

Esforços de resolução e a questão das adaptações.

O Brasil busca soluções para a crise de internação. Como parte das medidas para ampliar a oferta de leitos, o governo brasileiro disponibilizou dois navios de cruzeiro com capacidade para receber até 6.000 pessoas. Adicionalmente, há prioridade para pacientes de países em desenvolvimento, com valores de até US$ 220 por diária, embora inferiores ao auxílio-moradia da ONU, que é de apenas US$ 149.

Com o evento se aproximando, o governo de Belém e o Brasil enfrentam um grande desafio para equilibrar a disponibilidade de hospedagens e os preços de acomodação, visando assegurar que todos os participantes da COP 30 possam comparecer sem restrições decorrentes de custos elevados. A pressão persiste para que uma solução eficaz seja encontrada antes do início do evento.

Fonte por: FDR