O diretor de “Conclave” afirmou: “Quando há um vácuo de poder, as pessoas lutam”

Edward Berger afirma que o filme pode ser sobre as disputas de poder que se manifestam em qualquer posição de liderança.

06/05/2025 13h19

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(Imagem de reprodução da internet).

Enquanto o Vaticano se prepara para a reunião secreta de cardeais que escolherão um sucessor ao Papa Francisco, ignore – até certo ponto – o que você pode ter aprendido com “Conclave”, o filme de sucesso do ano passado que mostra jogos de poder e traições entre os membros da igreja.

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O conselho dos chamados “Príncipes da Igreja” que irá eleger um novo papa começará na quarta-feira (7). A reunião ocorre após o funeral de Francisco, em 26 de abril, e antes de consultas mais amplas entre os cardeais, denominadas congregações gerais.

O filme “Conclave”, que recebeu um Oscar em março como melhor roteiro adaptado, apresenta uma representação fiel em relação ao figurino e à encenação, porém a trama descabida e a reviravolta final são consideradas exageradas, afirmam especialistas da Igreja.

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“Sejamos honestos: ‘Conclave’, que nos leva ao coração de um dos eventos mais misteriosos e secretos do mundo, é um filme altamente divertido, especialmente para um público americano despreocupado”, escreveu o jornal dos bispos italianos, Avvenire, em uma crítica de dezembro.

“É impossível não sorrir de certos personagens ou situações que, especialmente aos olhos dos telespectadores italianos, correm o risco de se assemelhar a paródias involuntárias”, acrescentou.

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O diretor de “Conclave”, Edward Berger, afirmou que, apesar de se passar no Vaticano, o filme trata dos jogos de poder que acontecem em qualquer posição de liderança.

“E sempre que essa lacuna de poder existe, haverá pessoas lutando por ela. Haverá pessoas brigando por ela e apunhalando umas às outras pelas costas e tentando manipular seu caminho para esse poder”, declarou ele à Reuters durante uma entrevista filmada em outubro.

Após conquistar o Globo de Ouro de melhor roteiro em janeiro, o roteirista de “Conclave”, Peter Straughan, premiado com o Oscar, afirmou que a principal mensagem do filme era “a igreja sempre precisando recuperar seu núcleo espiritual devido ao envolvimento com o poder”.

Após a morte de Francisco em 21 de abril, o interesse pela história se intensificou, mesmo com a presença de elementos fictícios no filme.

A empresa de dados do setor de entretenimento Luminate comunicou que a audiência de streaming de “Conclave” nos EUA cresceu 283% em uma determinada segunda-feira em relação ao dia anterior.

A palavra “conclave” deriva do latim “cum clave” (com uma chave), referindo-se à prática medieval de trancar os cardeais em uma sala até que eles decidam sobre um novo papa. Essa é essencialmente a forma como ainda funciona atualmente.

Os cardeais presentes na Capela Sistina estão impedidos de se comunicar com o mundo externo – sem o uso de telefones, televisão ou internet – e devem guardar sigilo sobre a eleição.

Francisco, em um livro de entrevistas publicado no ano passado, rompeu a confidencialidade e reconheceu a existência de algumas máquinas.

Os cardeais prometem não divulgar o que ocorre no conclave, mas os papas têm permissão para falar sobre isso, afirmou ele ao jornalista espanhol Javier Martinez-Brocal.

Ele afirmou ter sido utilizado em uma tentativa malsucedida de impedir a eleição de Bento XVI, que obteve 40 dos 115 votos necessários, com os cardeais que apoiaram a manobra esperando que isso facilitasse o surgimento de outro nome.

Francisco afirmou que foi eleito corretamente, após ter dito a um candidato conspirador: “Não me iluda com esta candidatura, pois eu posso recusar a aceitação a qualquer momento, certo? Me exclua disso”.

Francisco afirmou ter votado diretamente em Bento devido à necessidade da Igreja de um “papa de transição” após o longo pontificado de João Paulo II. Em 2013, ele surgiu como um candidato inesperado, após causar impacto entre seus colegas com um pronunciamento sobre a urgência de reformas na instituição.

Apesar disso, não há um favorito evidente, mas as casas de apostas britânicas apontaram Luis Antonio Tagle, reformador das Filipinas, e Pietro Parolin, escolha de compromisso da Itália, como os primeiros favoritos na disputa.

Veja também: Comparação entre o filme “Conclave” e a vida real

forma clara

“Conclave”: o que é real no filme que mostra a eleição do papa?

Fonte: CNN Brasil

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