O governador do Rio diz que apenas a polícia deve atuar como polícia, referindo-se aos “justiceiros”
"Quem tem que fazer papel de polícia é a polícia", diz governador do Rio sobre "justiceiros"

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), expressou sua desaprovação nesta segunda-feira (11) em relação às ações dos chamados “justiceiros” de Copacabana, que têm saído às ruas nos últimos dias para identificar e punir suspeitos de crimes na zona sul do Rio.
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Embora reconheça a necessidade de melhorias na atuação da polícia, Castro afirmou que é responsabilidade do Estado combater o crime, não permitindo a participação de cidadãos comuns.
“A polícia é responsável por cumprir seu dever. É nossa obrigação. Não apoio a violência por parte da população, mas compreendo sua insatisfação com nosso trabalho. Somente quando a polícia desempenhar seu papel corretamente, ocasiões como essas não ocorrerão mais. Caso ocorram, também iremos enfrentar esses indivíduos (justiceiros)”, declarou Castro.
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Na última sexta-feira (8), dois homens foram interrogados na 12ª DP, em Copacabana, durante a investigação sobre a possível incitação à violência por parte de moradores da área por meio da organização de grupos denominados “justiceiros”.
Um dos depoimentos foi de William Correia, conhecido como “Xerife de Copacabana”. Ele postou um vídeo nas redes sociais convidando os moradores a saírem nas ruas para evitar a ação de criminosos. Depois, William negou que fazia parte do grupo.
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A mobilização dos moradores começou após o empresário Marcelo Benchimol, de 67 anos, ser nocauteado por um assaltante em Copacabana, no dia 2 de dezembro.
Após o idoso ser agredido, o celular dele foi roubado. Poucos dias depois, a polícia prendeu Victor Hugo Jobim, de 22 anos, que admitiu ter cometido o crime.
Ontem, a polícia devolveu o celular de Marcelo Benchimol. O aparelho estava na casa de Victor Hugo, no Morro da Providência, no centro da cidade.
Após o caso, a PM anunciou um “corredor de segurança” na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, com policiamento reforçado entre 18h e 23h.
“É um momento delicado, mas já estamos trabalhando para solucionar o problema. Já realizamos várias operações para prender os criminosos”, diz Castro.