O governo analisa com atenção um crédito pessoal com “bons olhos”, porém alerta para a necessidade de cautela

A posição de presidente-executivo do banco apresenta ainda riscos operacionais e de inadimplência que necessitam ser reduzidos.

10/06/2025 22h49

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(Imagem de reprodução da internet).

O Inter observa o crédito consignado com otimismo, porém tem adotado uma postura ainda cautelosa nessa modalidade de empréstimo, afirmou o presidente-executivo do banco no Brasil, Alexandre Riccio, ressaltando que existe um ciclo de aprendizado relacionado a este novo “jovem produto”.

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“Nós gostamos muito do produto, acreditamos muito que ele será um produto enorme, muito bom para o brasileiro”, afirmou o executivo em entrevista à Reuters em São Paulo na segunda-feira, estimando um mercado da ordem de R$ 250 bilhões. “Mas ainda é um momento de cautela em termos de crescimento.”

Em março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou medida provisória estabelecendo o “Crédito do Trabalhador”, programa que oferecerá acesso a empréstimos com taxas reduzidas em folha de pagamento, assegurados por recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

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Em nota, o Palácio do Planalto mencionou que a estimativa do setor financeiro aponta para que 19 milhões de empregados celetistas escolham a consignação dos salários em até quatro anos com o programa, o que pode representar mais de R$ 120 bilhões em empréstimos contratados, em comparação com o estoque atual de R$ 40 bilhões.

De acordo com informações do Ministério do Trabalho e Emprego até o momento, os empréstimos dessa modalidade já somam R$ 14,6 bilhões em território nacional. O Internacional já concedeu R$ 606,7 milhões, conforme dados da pasta, um aumento significativo em comparação com os R$ 197 milhões disponibilizados pelo banco nos primeiros 10 dias após o lançamento do produto em março.

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Riccio explicou que persistem riscos operacionais e de inadimplência que necessitam ser reduzidos. O diretor complementou que os consignados, em geral, são produtos com operação já estabelecida, porém apresentam um certo nível de complexidade.

A questão central reside na formalização, no acompanhamento e no que fazer em diferentes cenários, como quando o cliente perde o emprego, o que no crédito consignado privado se torna algo muito mais comum do que no funcionalismo público. Esse processo de aprendizado será importante, avaliando que se trata de algo para pelo menos um ano e de natureza progressiva.

Em relação ao mercado, Riccio projetou que, com a evolução do aprendizado e a diminuição dos riscos, o setor deverá observar “reduções significativas” nas taxas de juros aplicadas nessa modalidade, o que impulsionará seu desenvolvimento.

O Plano 60/30/30 propõe a divisão do orçamento familiar em três categorias principais: 60% para despesas essenciais,

O executivo também demonstrou otimismo em relação ao impacto do crédito consignado no plano 60/30/30 do Inter, lançado em janeiro de 2023, com a expectativa de alcançar 60 milhões de clientes, uma taxa de eficiência de 30% e um retorno sobre o patrimônio líquido de 30% até 2027.

O cliente individual não integra a divisão 60-30-30… De repente, surge um produto que pode ter um volume de mercado de R$ 250 bilhões endereçável, afirmou Riccio, mencionando que, se o Internacional tiver uma participação de mercado de 5%, semelhante à que o executivo acredita ser a fatia no crédito com garantia FGTS, já seriam R$ 12,5 bilhões.

No final do primeiro trimestre, o Inter contava com 37,7 milhões de clientes, com 21,6 milhões deles ativos.

O governo declarou que o volume de criação de contas tem apresentado um desempenho favorável e que o Banco Inter identifica perspectivas promissoras para aumentar esse ritmo, abrangendo o consignado privado. No período inicial do ano, foram incorporados 1,6 milhão de novos clientes em comparação com o encerramento de 2024.

“Se mantivermos este ritmo, atingiremos a meta”, afirmou. “Nós temos um produto muito bom, marca forte, bem posicionada, acho que desproporcionalmente bem posicionada em relação ao ‘market share’ que já temos hoje, o que para mim é um bom indutor de que o caminho de crescimento está mais ou menos pavimentado. Tem que ter boa execução”, afirmou.

Riccio também reiterou a expectativa de que o ROE do Inter alcance 30% até o fim de 2027, contrariando as projeções de analistas, que situam a média em torno de 18%, incluindo a equipe do UBS BB. No primeiro trimestre, essa métrica ficou em 13,6%, em comparação com 9,7% no ano anterior. Em 2024, o ROE atingiu 11,7%.

A confiança no plano está aumentando… À medida que entregamos resultados, trimestre após trimestre, os analistas do mercado também estão elevando suas projeções.

O executivo também declarou que o banco possui todo o potencial para continuar elevando a receita em aproximadamente 30% ao ano. “No nosso cenário, não é tão significativo, pois possuímos participações de mercado que já são relevantes, mas ainda possibilitam o crescimento”, afirmou.

Fonte por: CNN Brasil

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