O governo dos Estados Unidos entrou com recurso contra a decisão da universidade Harvard de permitir que estudantes internacionais que receberam vistos de J-1 participem de aulas de verão
A ordem judicial impede a divulgação da medida que proibia Harvard de aceitar estudantes internacionais e a decisão permanecerá válida até o encerramento do processo.

A juíza federal dos Estados Unidos Allison Burroughs proibiu a declaração do presidente Donald Trump (Partido Republicano) que impedia a Universidade de Harvard de admitir estudantes estrangeiros. A decisão foi emitida na quinta-feira (5.jun.2025), estabelecendo uma ordem de restrição temporária que permanecerá em vigor até o encerramento do processo judicial entre a instituição e o governo norte-americano.
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A Corte argumentou que a determinação presidencial causaria um dano imediato e irreparável à universidade. O documento judicial de duas páginas impede a execução da medida assinada por Trump na quinta-feira (4.jun.2025).
A universidade estabeleceu a suspensão de vistos para estudantes internacionais como uma ação de retaliação.
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Esta é a segunda intervenção da juíza norte-americana a favor de Harvard em questões relacionadas a estudantes internacionais. Burroughs também prorrogou uma ordem de restrição temporária emitida em 23 de maio contra limitações à matrícula de estudantes estrangeiros na instituição.
A Universidade de Harvard alterou, na quinta-feira (5 de jun), seu processo judicial para contestar a nova diretriz presidencial, afirmando que Trump estaria infringindo a decisão anterior da juíza. Os estudantes internacionais representam mais de 25% do corpo discente da instituição.
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Na sua petição, a instituição alegou que a proclamação nega a milhares de estudantes de Harvard o direito de vir a este país para buscar sua educação e seguir seus sonhos, e nega a Harvard o direito de ensiná-los. Sem seus estudantes internacionais, Harvard não é Harvard.
A porta-voz da Casa Branca, Abigail Jackson, considerou Harvard como “um foco de agitadores antiamericanos, antissemitas e pró-terrorismo”. Ela complementou que “o comportamento de Harvard comprometeu a integridade do sistema de vistos para estudantes e visitantes de intercâmbio nos EUA e representa uma ameaça à segurança nacional. Agora, deve lidar com as consequências de suas ações”.
Esta não é a primeira ação da parte da administração de Trump contra a universidade, que, até este momento, foi a mais afetada pelas medidas anunciadas pelo presidente contra o setor acadêmico norte-americano.
Em maio, Trump vetou o recebimento de estudantes e pesquisadores internacionais na universidade, devido ao comportamento considerado “pró-terrorismo” da Harvard. A ordem foi depois revogada por um judiciário.
A restrição de estudantes internacionais no campus levou a universidade a iniciar um processo judicial contra o governo Trump. Em nota, o presidente da instituição, Alan Garber, declarou que a decisão do governo é “ilegal e injustificada”.
Além disso, não foi a primeira vez que Harvard processou o governo norte-americano. Em abril, a universidade entrou com uma ação judicial para impedir que Trump congelasse US$ 2,2 bilhões em financiamento federal, após a instituição rejeitar exigências da Casa Branca que, segundo ela, prejudicam sua independência.
O presidente da universidade declarou em um comunicado que “ninguém governo, independentemente do partido no poder, deve determinar o que as instituições de ensino superior privadas podem ensinar, quem podem admitir e contratar, e quais áreas de estudo e pesquisa podem desenvolver”.
A gestão Trump solicitou, por meio de carta enviada em 11 de abril (integral em inglês – PDF – 5 MB), amplas reformas na administração de Harvard, bem como mudanças em suas políticas de admissão. Dentre elas, a proibição à entrada de estudantes internacionais considerados “hostis aos valores e instituições norte-americanas”.
De acordo com informações da universidade, em 2024-2025, 27,2% dos estudantes de Harvard são estrangeiros, totalizando 6.793 alunos.
Fonte por: Poder 360