O governo israelense negou a possibilidade de um alto-horário em Gaza

Gideon Saar considerou pressão internacional como “campanha distorcida” e se manifestou contra a formação de um Estado palestino.

29/07/2025 11h03

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(Imagem de reprodução da internet).

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, recusou a pressão internacional por um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a criação de um Estado palestino nesta terça-feira (29.jul.2025). Em entrevista a jornalistas em Jerusalém, Saar considerou as exigências como uma “campanha distorcida” e declarou que finalizar o conflito com o Hamas no poder seria “uma tragédia tanto para israelenses quanto para palestinos”.

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O governo israelense se manifesta em um cenário de aumento da pressão internacional nas últimas semanas para possibilitar um acordo que garanta a entrada de assistência humanitária no território palestino. O objetivo é evitar o pioramento da situação de insegurança alimentar que, segundo agência da ONU, já se encontra “em desenvolvimento” na área.

Ao solicitar o fim desta guerra, o que isso realmente implica? Cessar o conflito com o Hamas ainda detido no poder em Gaza? , questionou Saar durante seu discurso. O ministro israelense afirmou que o grupo palestino é o único responsável pela situação atual e que a pressão sobre o Estado judeu apenas estimularia uma posição mais inflexível nas negociações.

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Saar também afirmou ser contra a criação de um Estado palestino nas circunstâncias atuais. “Estabelecer um Estado palestino hoje é estabelecer um Estado do Hamas, um Estado jihadista. Isso não vai acontecer”, declarou, acrescentando que Israel não cederá às exigências internacionais: “Isso não vai acontecer, não importa quanta pressão seja feita sobre Israel”.

Em data semelhante, um relatório da IPC (Classificação Integrada da Segurança Alimentar) apontou que a fome na Faixa de Gaza “atingiu um ponto alarmante e letal”. O documento, publicado com apoio da ONU, afirma que “os limites de fome foram ultrapassados (…) na maior parte da Faixa de Gaza” e que “uma em cada três pessoas passa vários dias sem consumir absolutamente nada”.

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O território palestino enfrenta 22 meses de conflito, gerando uma crise humanitária grave que se intensificou com o aumento dos combates, os deslocamentos em massa da população e as restrições à entrada de assistência. Desde março, Gaza está sob bloqueio total imposto por Israel, situação que tem suscitado críticas da comunidade internacional e da ONU, que alertaram sobre o risco de utilização da fome como arma de guerra.

Segundo o IPC, no período de abril a meados de julho, mais de 20 mil crianças receberam atendimento por desnutrição aguda, das quais mais de 3 mil apresentam desnutrição severa. “Hospitais relataram um aumento rápido nas mortes relacionadas à fome em crianças com menos de 5 anos, com pelo menos 16 mortes registradas desde 17 de julho”, afirma o documento.

O relatório também indica que o lançamento aéreo de mantimentos, recentemente autorizado por Israel, “não será suficiente para reverter a catástrofe humanitária”. Segundo o IPC, essa modalidade de entrega é mais cara, menos eficaz e mais perigosa do que os envios por via terrestre.

O consórcio responsável pelo relatório fez um apelo urgente: “É necessária uma ação imediata e em larga escala para pôr fim às hostilidades e permitir o acesso humanitário sem restrições”. O documento alerta que “não agir agora implicará em mortes em massa em grande parte da Faixa de Gaza”.

Fonte por: Poder 360

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