O governo precisará combater para recuperar a confiança do público, segundo Arko
O cientista político Cristiano Noronha, vice-presidente da consultoria de risco político, destaca falhas na gestão da crise.

O governo se depara com um cenário complexo para recuperar sua imagem pública após o recente escândalo envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Conforme o cientista político Cristiano Noronha, vice-presidente da consultoria Arko Advice, a administração tem cometido falhas sequenciais na gestão da crise, o que tem prejudicado sua habilidade de se afastar do problema.
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Noronha ressalta que o governo está “correndo atrás da perda” tanto na questão do Pix quanto agora no caso do INSS. “Além de correr atrás da perda, o governo está voltando atrás de certas decisões. Primeiro não apoiar a CPI, agora é apoiar a CPI”, afirma o analista.
Segundo o cientista político, o escândalo já começa a refletir nas pesquisas de opinião. “A gente teve acesso a tracking de pesquisas de opinião que mostram que novamente a desaprovação de Lula tinha ficado menor do que a aprovação em pesquisas recentes, mas isso já voltou a se inverter novamente.”
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Para Noronha, esta inversão nos índices de aprovação representa um retrocesso considerável para o governo, que vinha recuperando sua popularidade, ainda que de forma lenta. “Agora, o cenário exige um novo esforço para reconquistar o apoio popular”.
Consequências políticas além da popularidade.
O especialista destaca que as implicações do escândalo transcendem a perda de apoio político. Existe a possibilidade de afastamento dos partidos do denominado “centro”, o que pode influenciar a postura desses grupos em seguir com o governo nas eleições do próximo ano.
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Ademais, Noronha adverte que a CPI, após ser instalada, poderá anular notícias positivas que o governo desejava divulgar à população em ano eleitoral. “Isso constrói um cenário complexo para a administração, que deverá lidar ao mesmo tempo com a apuração e a necessidade de apresentar resultados favoráveis à sociedade”, conclui.
Fonte: CNN Brasil