O mercado de crédito no Brasil mostra sinais de desaceleração no primeiro trimestre, conforme aponta a ata do Conselho Monetário Nacional
O Comef apontou, por outro lado, que a taxa de crescimento do crédito total permanece “historicamente alta”, mesmo com condições restritivas.

O Comitê de Estabilidade Financeira do Banco Central (Comef) indicou que o aumento do crédito no Brasil apresentou sinais tênues de desaceleração no primeiro trimestre de 2025, tanto no sistema financeiro quanto no mercado de capitais, conforme consta na ata da reunião mais recente do grupo, realizada entre os dias 27 e 28 de maio.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O documento publicado nesta quarta-feira (4) apontou, por outro lado, que o ritmo de crescimento do crédito amplo permanece “historicamente elevado”, mesmo com condições restritivas, como a taxa básica de juros elevada e o alto endividamento de famílias e empresas.
De acordo com o Comef, essa taxa de crescimento reflete a atual capacidade de recuperação da economia.
LEIA TAMBÉM:
● Índice de aluguel residencial registra desaceleração em abril, aponta FGV
● Pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA aumentam pela segunda vez consecutiva
● Índice de atividade do setor de serviços da China aumenta em maio, aponta PMI do Caixin
Apesar da leve retração da margem, o crédito total apresenta forte expansão, em um cenário caracterizado pelo aumento da taxa básica de juros e pelo elevado endividamento de famílias e empresas, conforme declarado pelo Comef na ata da reunião.
Em dezembro passado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) aumentou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano, mantendo a decisão da reunião corrente sem definição.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O Comef ressaltou que a redução no primeiro trimestre pode ser identificada em operações para pessoas físicas, no crédito não consignado e no financiamento de veículos, com uma queda “mais acentuada” no crédito rural.
Após a aceleração observada em 2024, houve estabilidade no ritmo de crescimento do crédito bancário em relação às pessoas jurídicas.
Em relação aos riscos no cenário de crédito, o Comef informou que a concretização de risco para micro e pequenas empresas permanece alta, e que as modalidades de crédito de maior risco estão em expansão a um ritmo superior às modalidades de menor risco, observando-se para as famílias.
O Comitê informou que o comprometimento de renda e o endividamento das famílias permanecem altos e em trajetória ascendente, principalmente nas faixas de menor renda.
Por fim, o Comef destacou como outro ponto de atenção os riscos no cenário global, que podem levar à reavaliação de ativos, com o aumento das incertezas sobre o ritmo da atividade econômica, a manutenção de taxas de juros elevadas, a sustentabilidade fiscal, as políticas comerciais e os eventos geopolíticos.
O Comitê está atento à evolução dos cenários doméstico e internacional e segue preparado para atuar, visando minimizar eventual contaminação desproporcional sobre os preços dos ativos locais.
O Brasil detém a maior fatia de vendas de veículos elétricos na América Latina.
Fonte por: CNN Brasil