O Ministério Público afirma que o Núcleo 3 do golpe visava gerar um cenário de caos com o objetivo de assumir o poder

Cláudia Sampaio Marques, subprocuradora-geral da República, propôs a questão ao tribunal.

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(Imagem de reprodução da internet).

O núcleo 3 do esquema golpista, formado por 11 militares e um agente da Polícia Federal, visava gerar uma “situação de caos” para garantir a permanência de Jair Bolsonaro (PL) no poder em 2022. A conclusão foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República, por meio da subprocuradora-geral Claudia Sampaio Marques, aos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal na terça-feira, 20.

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A procuradora detalhou que os militares envolvidos na suposta organização criminosa visavam criar um evento que gerasse impacto e mobilização social, permitindo que Bolsonaro e outros membros do governo continuassem com o plano golpista. A ação em questão, conforme ela descreveu, incluía sequestros, prisões e até assassinatos de autoridades.

Para estabelecer um cenário propício ao golpe de Estado era imprescindível que ocorresse um evento que provocasse um forte impacto social, uma situação de desordem que mobilizasse as massas em apoio ao golpe, afirmou Cláudia Sampaio. “A intenção era realizar o sequestro, a prisão e até mesmo o assassinato de autoridades relevantes na estrutura do Estado, incluindo o presidente eleito e seu vice [Lula e Geraldo Alckmin, respectivamente],” complementou.

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Conforme mencionado, as investigações revelaram diversos documentos que detalham essa iniciativa, incluindo os planos denominados “Punhal Verde” e “Punhal Amarelo”, além da “Copa 2022”. “Tudo foi previsto em seus mínimos detalhes. […]. Já estava pronto o discurso do presidente [após tomar o poder] e haveria a instalação de um gabinete de crise”, recordou a subprocuradora ao citar também as minutas golpistas encontradas com auxiliares do ex-capitão.

Julgamento

A manifestação da Procuradoria-Geral da República sobre o caso ocorreu na abertura do julgamento da denúncia contra o núcleo da trama golpista. O grupo é composto por 12 indivíduos, a maioria deles, militares das forças especiais do Exército.

A PGR qualificou os 12 acusados em cinco crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Na terça-feira, o órgão reiterou seu posicionamento favorável ao prosseguimento do processo.

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A Primeira Turma é composta pelos ministros Cristiano Zanin (presidente), Alexandre de Moraes (relator da ação), Flávio Dino, Carmen Lúcia e Luiz Fux. Eles votarão, após ouvir a Procuradora-Geral da República e a defesa dos citados, se aceitam ou não a denúncia.

Se decidirem prosseguir com o processo, os 11 militares e o agente da PF se tornarão réus, juntamente com outros 21 envolvidos na trama que já tiveram a denúncia aceita pelo tribunal.

Fonte: Carta Capital

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