O ministro da Justiça e Segurança Pública, Mauro Cid, é descrito como um mentiroso constante, afirma a defesa de Braga Netto

General e tenente-coronel irão confrontar versões sobre a entrega de recursos e discutir a tentativa de golpe.

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(Imagem de reprodução da internet).

O tenente-coronel Mauro Cid e o general Walter Braga Netto realizarão uma reunião, autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. O evento está agendado para a próxima terça-feira (24.jun.2025) às 10h, na sala de audiências da Corte, no contexto do processo da ação penal sobre uma tentativa de golpe de Estado.

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A defesa de Braga Netto solicitou o procedimento para apurar duas divergências.

O advogado de Mauro Cid, José Luis Oliveira Lima, declarou que “Mauro Cid é um mentiroso contumaz, prestou inúmeros depoimentos, foi e voltou várias vezes. A investigação será importante para mais uma vez demonstrar que o colaborador faltou com a verdade”.

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A acareação é um instrumento jurídico que confronta indivíduos com versões divergentes para que esclareçam as discrepâncias em seus relatos.

Cid e Braga Netto responderão ao mesmo conjunto de perguntas, apresentando suas versões dos fatos investigados. O objetivo é permitir que as autoridades comparem as declarações divergentes para avançar nas conclusões do caso.

Cid relata que uma reunião na residência de Braga Netto abordou a criação de um plano para vigiar e eliminar figuras de poder. Participaram integrantes das Forças Especiais, apelidadas de “kids pretos”. O general, ouvido pelo STF, negou envolvimento, afirmando que a reunião teve curta duração e visava apresentar pessoas conhecidas de Cid, sem qualquer discussão sobre ações específicas.

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O tenente-coronel também alega ter recebido do general R$ 100 mil em uma sacola para custear as ações do plano. Segundo o delator, o dinheiro foi obtido por Braga Netto com empresários do agronegócio, após o PL recusar a liberação dos recursos.

Braga Netto refuta a versão de Cid e afirma que não manteve contato com empresários do setor nem solicitou recursos financeiros.

Braga Netto foi detido em dezembro de 2024 após Cid ter declarado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e informado sobre a disponibilização dos valores. O tenente-coronel também teria afirmado que o general contatou seu pai, o general Lourena Cid, para obter informações sobre sua remoção. A custódia preventiva foi decretada por Moraes.

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também alega que Cid mentiu em seu depoimento e a versão de Braga Netto é a verdadeira, a delação pode ser anulada? Ao celebrar o acordo, Mauro Cid consentiu com os compromissos legais de dizer a verdade e não omitir fatos. O descumprimento desses deveres deve, sim, gerar a rescisão e a decretação da nulidade da delação.

Em relação ao plano “Punhal Verde Amarelo”, teve acesso à íntegra do documento? A PF (Polícia Federal) indicou que somente trechos do arquivo encontrado no computador de Mário Fernandes foram disponibilizados. É importante reiterar que a defesa se encontra em uma situação delicada em relação à análise da íntegra dos autos. Apesar de já ter sido solicitado diversas vezes, não foi concedido prazo hábil para analisar os mais de 40 terabytes de conteúdo investigativo fornecido pela Polícia Federal no último dia 17 de maio. O manuseio desse material é tão complexo que técnicos estimaram até 60 dias apenas para baixá-lo e descompactá-lo. Dessa forma, até o momento, teve acesso apenas aos trechos do plano que foram divulgados nas análises policiais.

Não obstante qualquer restrição ao direito de defesa, o relatório policial não explica a ligação do plano “Punhal Verde e Amarelo” com o general, justamente porque não existe tal relação. Nosso cliente não participou de nenhum plano que pudesse colocar em risco o Estado democrático de direito.

Fonte por: Poder 360

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