O ministro Gilmar Mendes determina que seja incluída ação sobre perseguição armada em pedido de extradição de Zambelli

Deputada abordou com arma um integrante de apoio ao presidente Lula (PT) na noite anterior ao segundo turno das eleições de 2022.

02/08/2025 14h37

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(Imagem de reprodução da internet).

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes ordenou à Advocacia-Geral da União (AGU) a inclusão de uma segunda ação penal no pedido de extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) apresentado à Itália.

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O Supremo Tribunal Federal acolheu a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República após a deputada sacar e apontar uma arma para um homem negro, simpatizante do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em via pública, em São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

A decisão foi tomada nesta sexta-feira (1º), após o STF marcar para o dia 15 de agosto o julgamento da ação que deve condenar Zambelli pela segunda vez. Os ministros já formaram maioria de seis votos a zero para condenar a parlamentar a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto, com perda do mandato.

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Barroso, Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin seguiram o voto do relator, Gilmar Mendes, que rejeitou o uso de arma como reações a ofensas, por contrariar o Estado Democrático de Direito. “O porte de arma de fogo para defesa pessoal não se presta a autorizar que a portadora persiga outras pessoas em via pública com sua arma de fogo”, argumentou Mendes.

A ação penal será incluída no processo de extradição que teve como base outra acusação: a condenação de Zambelli por articular a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2023, para fraudar documentos oficiais, inclusive com a criação de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Ela recebeu uma pena de 10 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, além da perda do mandato parlamentar e inelegibilidade.

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Logo após a condenação, Zambelli deixou o país e fugiu para a Itália, onde foi presa no último dia 29. Nesta sexta-feira (1º), a Justiça italiana decidiu mantê-la detida enquanto aguarda o julgamento do pedido de extradição feito pelo Brasil. Ela está na prisão feminina Germana Stefanini, próxima a Roma, uma das maiores da Europa. O presídio tem capacidade para 272 mulheres, mas abriga 371.

A deputada, que constava na lista de procurados da Interpol, foi presa em um apartamento de Roma. A polícia isolou o edifício para evitar que ela fugisse, embora a defesa alegasse que Zambelli se entregou voluntariamente. O advogado Fábio Pagnozzi informou que ela estava pintando e lavando o cabelo quando os agentes chegaram. A deputada recolheu seus medicamentos e foi conduzida à delegacia sem oposição.

O processo judicial que pode culminar com a extradição, segundo estimativas da defesa e de especialistas, pode levar de um ano e meio a dois anos. O Ministério da Justiça da Itália deverá decidir se aceita ou não o pedido formal de extradição apresentado pelo Brasil. Caso a pasta autorize, o caso será analisado pelo Tribunal de Apelação de Roma, que poderá ser acionado pelas partes envolvidas, o que pode alongar o processo. Contudo, a decisão de extradição precisa ser aprovada pelo ministro da Justiça, tornando-se uma questão política.

Fonte por: Brasil de Fato

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