Na segunda-feira (25), o Ministério Público Federal (MPF) solicitou novamente a prisão preventiva dos três agentes suspeitos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) envolvidos na morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de três anos.
Em pedido dirigido à 1ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, a Procuradoria alegou que os agentes podem oferecer perigo às investigações se estiverem soltos.
Primeiro pedido negado
No dia 18 deste mês, a Justiça Federal negou o pedido de prisão dos policiais suspeitos Fabiano Menacho Ferreira, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva por entender que não havia, naquele momento, indícios ou provas de que eles estariam interferindo nas investigações.
No entanto, no pedido mais recente, o MPF defendeu que para a determinação da prisão preventiva dos suspeitos, não é preciso comprovar que de fato ocorra interferências efetuadas por eles.
Segundo o órgão, basta que haja perigo, ou seja, potencial de que isso venha a acontecer, elemento que entende estar presente no caso.
Justificaria ir ao hospital
“Corporativismo intimidatório” é apenas uma das justificativas dadas pelo MPF para a prisão preventiva dos suspeitos, movida pelo fato de outros membros da PRF terem visitado Heloísa no hospital imediatamente após o incidente do dia 7 deste mês, como foi divulgado pela CNN.
Os suspeitos, que são policiais com treinamento sofisticado e têm conhecimentos de inteligência policial, são uma consideração relevante, especialmente neste caso, onde as principais testemunhas (os familiares da vítima) são de conhecimento público, além disso.
Um vídeo divulgado pela família mostra que 28 policiais vasculharam o carro onde Heloísa foi baleada.
Família afirma que 28 policiais vasculharam carro no dia em que Heloísa foi baleada
Tiroteada na cabeça
No dia 16 deste mês, a pequena Heloísa dos Santos Silva, de apenas 3 anos de idade, perdeu a vida. Sua morte ocorreu no Hospital Adão Pereira Nunes, situado no Rio de Janeiro após ter sido baleada na cabeça nove dias antes. O disparo foi efetuado por um representante da PRF enquanto a pequena estava dentro do veículo da família, trafegando no Arco Metropolitano, no município de Seropédica, situada na região da Baixada Fluminense.
A Família voltava de carro para Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro.
Pai de Heloísa, Willian da Silva afirmou que dirigia o veículo no momento do ocorrido e que o carro já estava sendo seguido por uma viatura da polícia. Quando Willian estava quase estacionando, os policiais teriam começado a disparar contra o carro, atingindo a menina na cabeça.
Na passada sexta-feira (22), o juiz autorizou a investigação nas armas dos polícias suspeitos, no carro da família e no veículo da PRF.
Também estão sendo investigados pelo MPF e a Corregedoria-Geral da PRF os 28 agentes da corporação que foram ao hospital onde Heloísa foi internada após o acontecimento. O propósito é entender o motivo dos agentes estarem no estabelecimento.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que está cooperando com as investigações do Ministério Público Federal (MPF) e que a corregedoria do órgão abriu um procedimento para apurar possíveis desvios de conduta dos suspeitos.