O mundo enfrenta uma nova corrida armamentista nuclear, adverte organização

EUA e Rússia, responsáveis por 90% do arsenal nuclear mundial, estão em processo de modernização de armas e desenvolvimento de novas versões.

16/06/2025 7h51

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(COMBO) This combination of pictures created on February 12, 2025 shows (L-R) US President Donald Trump in Washington, DC, on February 11, 2025 and Russian President Vladimir Putin in Moscow on January 17, 2025. Russian President Vladimir Putin told his US counterpart Donald Trump in a phone call on February 12, 2025, that "peace negotiations" on ending the Ukraine conflict were possible, the Kremlin said. Trump said on Truth Social that both leaders had extended invitations of "visiting each other's nations," while the US leader said he would be calling Ukrainian President Volodymyr Zelensky "right now" to inform him about the call. (Photo by SAUL LOEB and Evgenia Novozhenina / various sources / AFP)

Os Estados que detêm armas nucleares prosseguiram com a modernização de seus arsenais no ano passado, o que pode levar a uma nova corrida armamentista nuclear, alertou o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) em um relatório divulgado nesta segunda-feira (16). As potências nucleares, notadamente Estados Unidos e Rússia – que respondem por aproximadamente 90% das reservas globais – iniciaram a atualização das armas existentes e estão incorporando novas versões, segundo o Sipri em um comunicado.

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Desde o fim da Guerra Fria, as antigas ogivas nucleares foram, em geral, desmanteladas mais rapidamente do que novas foram implantadas, o que levou a uma redução do número total de ogivas. Essa tendência pode se inverter nos próximos anos. “O que já estamos observando é que o número de ogivas nucleares operacionais começa a aumentar”, declarou AFP Dan Smith, diretor do Sipri. Esse é o caso da China que, segundo cálculos do instituto, possui cerca de 600 ogivas nucleares, após adicionar 100 novas tanto em 2023 quanto em 2024. “A China aumenta regularmente seu arsenal nuclear”, afirma Smith. É “possível que atinja 1.000 ogivas dentro de sete ou oito anos”, acrescenta.

Altamente tecnológica

O Sipri registrou 12.241 ogivas em janeiro de 2025, das quais 9.614 estavam armazenadas com fins de possível utilização. Rússia e Estados Unidos possuem “ambiciosos programas de modernização e substituição de suas ogivas nucleares”, conforme indica o relatório. O Reino Unido não aumentou o número de suas ogivas em 2024, porém, considerando a decisão tomada em 2021 de elevar o limite de 225 para 260 ogivas, é provável que esse número cresça no futuro, adiciona o documento.

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A capacidade nuclear da França permanece em torno de 290 ogivas, porém seu programa de modernização nuclear progrediu em 2024. Índia e Paquistão continuaram desenvolvendo novos tipos de vetores de armas nucleares em 2024. No início de 2025, a Índia possuía uma reserva crescente de cerca de 180 armas nucleares, enquanto o arsenal do Paquistão se manteve estável em aproximadamente 170 ogivas.

O programa de armas nucleares da Coreia do Norte encontra-se no cerne de sua estratégia de segurança nacional, segundo o relatório, que estima seu arsenal em aproximadamente 50 ogivas, podendo atingir cerca de 90 ogivas no futuro. Israel, que não reconhece oficialmente possuir armas nucleares, também estaria modernizando seu arsenal, que o Sipri estimou em cerca de 90 ogivas no início deste ano.

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A nova corrida armamentista nuclear não se limita “ao número de ogivas”, adverte Smith. Ela será altamente tecnológica e ocorrerá tanto “no espaço quanto no ciberespaço”, já que os programas para controlar e guiar as armas nucleares também se tornarão um setor competitivo, acrescenta o especialista. O rápido desenvolvimento da inteligência artificial provavelmente terá um papel importante, inicialmente como complemento aos humanos. “A próxima etapa seria passar à automação total. Esse é um passo que jamais deve ser dado”, afirma Smith.

Com informações da AFP.

Fonte por: Jovem Pan

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