O padre Robson comenta: “É alvo de inveja”

Há cinco anos, o padre Robson de Oliveira mencionou o “maior sino do mundo”, trazido da Polônia para Trindade (GO). A peça de 55 toneladas foi comprada pela associação que ele liderava na Região Metropolitana de Goiânia, antes do escândalo com a suspeita de desvio de doações de fiéis.

Infelizmente, como em tudo da vida, a inveja se manifestou em relação a mim, disse o padre durante a celebração de uma missa em São Paulo. Por isso, passei isso adiado para aqueles que me sucederam, desejando que eles realizem um bom trabalho.

Robson expressou tristeza diante da maneira como a Igreja Católica de Trindade tem tratado o que ele considera o “maior sino do mundo” e demonstrou insatisfação com a ausência de reconhecimento em relação ao seu trabalho.

Sinto muito ao observar a forma como estão tratando esse sino, como se tivesse sido feito recentemente, um ano atrás. Não falam sobre a história verdadeira dele, nem querem abordar isso. O padre de lá [Trindade] agora entra pelo sino e diz “ê³, isso aqui é uma vitória, é uma conquista”, e ainda chora, questionando por que chora. Nem sabia que esse sino existia há 10 anos atrás, declarou o padre durante a homilia.

Em seguida, o padre Robson prosseguiu sua fala, mencionando inclusive o prefeito da cidade, Marden Júnior (União), que fazia parte da comitiva de representantes da igreja que viajou à Polônia em março para buscar o sino.

Vejo o prefeito também chorando, com toda a comitiva na Polônia. Isso se chama ingratidão, e é uma pena que dentro do nosso próprio mundo exista isso. Mas eu olho, reflito e peço sempre a luz de Deus para que guie os meus caminhos, para que eu possa viver muito bem e com fecundidade o meu sacerdócio. Servi, fui uma pessoa dedicada e desejo muito que eles que estão ali façam, pelo menos, um pouco daquilo que eu realizei ou continuem fazendo.

forma clara e

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Maior sino do mundo

Com 55 toneladas, 4 metros de altura e 4,5 metros de diâmetro, o “maior sino do mundo” – batizado de Vox Patris (A Voz do Pai) – foi alvo de suspeita de superfaturamento por parte de uma associação, a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), anteriormente presidida pelo padre Robson.

A Afipe corresponde à investigação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) de 2020 sobre supostos desvios de doações de fiéis para a organização. A associação, até então criada e presidida pelo padre Robson, não apenas adquiriu o sino, como também deu início à construção do novo Santuário do Divino Pai Eterno, cuja obra permanece inconclusa há mais de 12 anos.

Apesar de 17 pessoas, incluindo o padre Robson, terem sido denunciadas pelo Época por suspeita de desvio de R$ 120 milhões, o processo foi arquivado pela Justiça. Após o escândalo, o padre Robson deixou Trindade e se transferiu para a Arquidiocese de Mogi das Cruzes (SP), onde atua desde 2023.

Fonte: Metrópoles