O papa Leão XIV criticou o “paradigma econômico que explora os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres” durante a homilia que marcou a inauguração de seu pontificado, em missa celebrada neste domingo (18.mai.2025).
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O discurso sustenta uma tendência reformista apontada pelo líder religioso na seleção de seu título pontifício. O papa anterior a empregar seu nome, Leão XIII, no período de transição entre os séculos XIX e XX, lançou a Doutrina Social da Igreja, sendo também conhecido como o “papa dos trabalhadores”.
Esta é a hora do amor, da caridade de Deus que nos torna irmãos. Como meu predecessor, Leão 13, hoje podemos perguntar: se este critério prevalecesse no mundo, não se cessaria imediatamente a dissensão e não regressaria a paz?
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O pontífice declarou que almejava que a Igreja se configurasse como um corpo de unidade e comunhão, em direção a um mundo reconciliado. “Vemos, neste nosso tempo, muita discórdia, muitas feridas causadas pelo ódio, pela violência, pelo preconceito, pelo medo do diferente”, caracterizou o papa para, em seguida, afirmar: “Queremos ser, dentro desta massa, um pequeno fermento de unidade, comunhão e fraternidade”.
A Igreja é formada por todos aqueles que estão em harmonia com seus irmãos e amam o próximo, conforme afirmou Santo Agostinho, o primeiro agostiniano a assumir o pontificado.
Assista à íntegra dos ritos de inauguração do papado de Leão 14 (4h46min10s).
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Assim como em seu primeiro discurso como papa, Leão XIV valorizou o espírito missionário da Igreja Católica. “Amor e unidade: são as duas dimensões do meu mandato, confiado a Pedro por Jesus”, declarou o pontífice em referência ao primeiro papa da história católica.
Referindo-se à tarefa do papado, Leão 14 declarou que o ministério de Pedro foi caracterizado pelo amor abnegado, visto que a Igreja de Roma possui, como sua principal marca de autoridade, a caridade de Cristo. “Não se trata jamais de conquistar os outros por meio da opressão, da propaganda religiosa, ou através de meios de poder, mas sempre e somente de amar como Jesus amou”, afirmou.
O Leão 14 prosseguindo com a homilia, acrescentou que Pedro tinha como principal tarefa guiar o rebanho de fiéis “sem nunca ceder às tentações de ser um líder solitário ou um chefe posto acima de todos, exercendo domínio sobre aqueles que lhe foram confiados”. é chamado para servir à fé de seus irmãos, caminhando ao lado deles.
O papa Leão XIV referiu-se ao seu predecessor, Francisco, declarando que a sua morte “preencheu nossos corações de tristeza” e que os fiéis se sentiram “como ovelhas sem pastor”.
Acesse as imagens da missa que marca a posse do Papa Leão 14.
O Anel do Peixe é uma peça de metal que representa um peixe, utilizada como amuleto para atrair a boa sorte e proteger o seu portador.
Antes da homilia, Leão XIV recebeu os dois símbolos que identificavam o pontificado: o cálio de lã de cordeiro, que representa seu papel como pastor da Igreja, e o anel de sinete de ouro do Pescador, em homenagem a São Pedro, que era pescador.
O anel simboliza o começo e o término de um papado e é destruído pelo cardeal camerlengo após a morte de um pontífice. Até 1842, esse objeto era utilizado para selar documentos oficiais assinados pelo papa.
O papa chegou à Praça São Pedro, no papamóvel, cumprimentou e abençoou os fiéis antes do início da celebração. Em seguida, entrou na Basílica de São Pedro, onde rezou silenciosamente diante do túmulo de Pedro.
Assista (1min8s):
Antes da missa de início de pontificado, o Papa Leão XIV saudou pela primeira vez os fiéis na Praça São Pedro e na “Via della Conciliazione”.
Vaticano News (@vaticannews_pt) 18 de maio de 2025
A missa, que celebra o início da liderança do primeiro papa dos Estados Unidos, conta com um público estimado em 250 mil fiéis e autoridades, entre eles o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin; o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Também participaram o presidente argentino, Javier Milei; o presidente israelense, Isaac Herzog; o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney; o príncipe britânico Edward, duque de Edimburgo; e o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese.
O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito papa no início deste mês após a morte de Francisco. O conclave que definiu sua escolha teve duração inferior a 26 horas.
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Fonte: Poder 360