O presidente do PT declara que existe o risco de uma “3ª guerra mundial”

Prefeito de Recife e presidente do União Brasil, Edinho, busca defender o governo em situação de impasse com os Estados Unidos.

25/07/2025 20h02

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(Imagem de reprodução da internet).

Diante de uma plateia claramente contrária às posições do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PT, Edinho Silva, fez críticas nesta 6ª feira ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), e afirmou que “a 3ª guerra mundial pode não ser bélica, pode ser econômica, e pode ser tão devastadora quanto a guerra bélica”. O petista ouviu a plateia bater palmas quando atitudes de Lula foram questionadas, como desafiar a hegemonia do dólar e não dialogar com a Casa Branca.

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O ex-prefeito de Araraquara, recém-eleito para liderar o partido de Lula, Edinho, participou de um painel sobre as eleições de 2026 na Expert XP 2025, no São Paulo Expo, zona sul de São Paulo. O debate, conduzido pelo diretor institucional da XP, Rafael Furlanetti, contou com a presença do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), do prefeito de Recife e presidente do PSB, João Campos, e do presidente do União Brasil – e da federação do partido com o PP –, Antonio Rueda. O evento da corretora de investimentos reúne representantes do mercado financeiro e autoridades públicas em painéis que se estenderão até sábado (26.jul).

O mediador iniciou a conversa perguntando aos participantes sobre a necessidade de falar a verdade aos eleitores quanto às medidas necessárias. Citou o congelamento do salário mínimo. Renan Filho disse que ninguém defende isso, nem os pré-candidatos da direita. Edinho aproveitou o gancho para criticar as desonerações de empresas e reforçar a campanha do governo Lula pela distribuição de renda com o fim dos privilégios dos mais ricos. O dirigente petista afirmou que o tema do combate às desigualdades deveria ser exportado para o mundo, até como forma de evitar fluxos migratórios.

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Ao iniciar sua fala, João Campos recebeu aplausos da plateia, composta por economistas, agentes de mercado e empreendedores. Discutiu o impacto da carga tributária e questionou o excesso de impostos sobre o consumo. Não mencionou a tributação dos mais ricos. “Os problemas concretos do Brasil e do empreendedor não se encontram na disputa da polarização”, afirmou o prefeito de Recife, que tem planos de concorrer ao governo de Pernambuco em 2026. Rueda, por sua vez, direcionou críticas ao governo Lula e declarou-se preocupado com o discurso que coloca “pobres contra ricos” adotado pelo PT e pelo presidente.

Palmas contra Lula

Quando a questão avançou para as tarifas anunciadas por Trump contra produtos brasileiros, Edinho declarou que o governo estaria disposto a negociar, desde que o tema fosse “balanço comercial”. No entanto, não estaria disposto a negociar questões como investimentos contra o Pix ou exigências de Trump, como o fim do processo contra Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentativa de golpe de Estado. O presidente do PT defendeu a aproximação do Brasil com os Brics, grupo de países que inclui a China e a Rússia. Nesse momento, o diretor da XP ressaltou que ameaçar o dólar não era uma boa estratégia – Lula defende transações entre países sem a utilização da moeda norte-americana. A plateia aplaudiu o mediador. Furlanetti interveio, dizendo que era preciso evitar o “Fla X Flu”.

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Edinho então declarou que não se importava com as manifestações da plateia. Ele se alongou na resposta e foi advertido pelo mediador. Então, deu a declaração sobre o risco de uma “3ª guerra mundial” com moldes econômicos. João Campos concordou com o petista ao separar o que é comercial e o que é político. “Não é uma medida normal. Se alguém acha que é normal tem alguma coisa errada”, disse o prefeito de Recife. “Não tem como negociar o inegociável”, completou o político do PSB, referindo-se à exigência de Trump de que o Brasil precisa colocar fim ao processo criminal contra Bolsonaro.

Oposição, Rueda declarou que Lula deveria telefonar a Trump para demonstrar abertura ao diálogo. Renan Filho buscou defender o governo, afirmando que o vice Geraldo Alckmin (PSB) tem se esforçado para promover o diálogo. Ao ser questionado sobre se Alckmin não deveria estar em Washington em busca desse diálogo, a plateia aplaudiu novamente.

Edinho concluiu sua participação afirmando que Lula buscará a reeleição em 2026. Rueda defendeu a união da direita em torno de um único candidato. João Campos evitou entrar em controvérsia.

O ministro Renan Filho afirmou ser o único a conceder entrevista após o debate, declarando que havia uma plateia contrária a Lula, mas que poderia votar no petista em uma eventual disputa contra um candidato da “extrema direita”, como alguém da família Bolsonaro que eventualmente dispute o Palácio do Planalto.

Fonte por: Poder 360

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