O Primeiro Comando de Capital (PCC) e a Bolívia: análise do vínculo entre a organização criminosa e o país vizinho
A detenção de Marcos Roberto de Almeida, também identificado como Tuta, corroborou as suspeitas das autoridades brasileiras acerca da atuação estratégica do Primeiro Comando da Capital (PCC) na área.

A detenção de Marcos Roberto de Almeida, apelidado de Tuta, em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, ratificou a suspeita das autoridades brasileiras acerca da presença estratégica do Primeiro Comando da Capital (PCC) no país vizinho.
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Considerado líder do grupo fora das correntes, e substituto de Marcola, Tuta estava foragido desde 2021. A localização de Tuta, e a convicção de investigadores de que ele não é um caso isolado, iluminam os motivos que levam o PCC a estabelecer o que tem sido denominado “embaixada do crime” na Bolívia.
Quais informações temos sobre o encarceramento de Tuta, que assume o papel de Marcola na facção paramilitar PCC.
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País de asilo para refugiados.
Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, encontrava-se na Bolívia como um local de esconderijo. O promotor Lincoln Gakiya, responsável pela investigação do PCC, declarou que as vulnerabilidades do país possibilitam a permanência de Tuta e de outros líderes da facção naquela região.
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A Polícia Federal suspeita que um número maior de integrantes do PCC se encontra na Bolívia, que se transformou em local de refúgio para diversos criminosos brasileiros procurados pelas autoridades.
A Polícia Federal acredita que um número maior de foragidos do Primeiro Comando da Capital está na Bolívia.
Conspiração e corrupção de autoridades locais
Fontes envolvidas nas investigações informaram à CNN que a seleção da Bolívia como o “escritório remoto” do PCC se baseia na capacidade de corrupção dos policiais locais. Essa corrupção permitiria que as atividades ilegais da facção ocorressem sem “incomodar” os traficantes brasileiros. O promotor Lincoln Gakiya explicou que líderes foragidos vivem tranquilamente na Bolívia com documentos falsos, normalmente contando com a cumplicidade das autoridades bolivianas.
Lembre-se: como notícias falsas auxiliaram Tuta a se esconder na Bolívia e liderar o PCC.
Base estratégica para o tráfego e operações financeiras.
A “embaixada do crime”, focada principalmente em Santa Cruz de la Sierra, era o local de onde os líderes do tráfico dariam ordens para o avanço do crime no Brasil. Tuta operava o núcleo financeiro da facção e comandava o tráfico de drogas diretamente da Bolívia. Investigações o identificam como um dos principais articuladores de um esquema internacional de lavagem de dinheiro ligado ao PCC, sendo responsável por movimentar cerca de R$ 1 bilhão para a organização entre 2018 e 2019.
A ligação fundamental na logística do crime organizado transnacional.
A Polícia Federal considera a Bolívia um elo crucial na cadeia logística do crime organizado transnacional. A concentração de foragidos em Santa Cruz de la Sierra, a primeira cidade após a fronteira brasileira, ressalta a importância estratégica do país para as operações internacionais da organização PCC.
A facilidade na obtenção e utilização de documentos falsos.
A habilidade de manipular documentos falsos constitui um fator crucial para a manutenção do poder dos chefes do PCC na Bolívia. O arresto de Tuta ocorreu no momento em que ele se apresentou em uma unidade policial boliviana para assuntos migratórios, apresentando um documento brasileiro falso. Ele já havia obtido documentos bolivianos por meio de uma identidade brasileira falsa. O emprego da base biométrica pela Polícia Federal brasileira foi determinante para confirmar sua identidade real e viabilizar sua prisão em razão do uso de documentos falsos.
Fonte: CNN Brasil