O primeiro-ministro Li Qiang critica o individualismo tecnológico e defende a construção coletiva de conhecimento em relação à IA

Em poucos dias do lançamento do Plano de IA dos EUA “Vencendo a Corrida”, Li Qiang defende o desenvolvimento coletivo da tecnologia.

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(Imagem de reprodução da internet).

Durante a cerimônia de abertura da Conferência Mundial de Inteligência Artificial, realizada neste sábado (26), o primeiro-ministro chinês Li Qiang defendeu a necessidade da cooperação internacional no desenvolvimento de tecnologias. “A inovação individual é muito importante, mas as inovações individuais são como faíscas dispersas que podem facilmente se apagar, enquanto a sabedoria coletiva é mais importante, ela pode inflamar uns aos outros e incendiar a pradaria”.

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A analogia é uma referência ao antigo provérbio chinês, reinterpretado por Mao Zedong em 1930 na carta “Uma faíscas pode incendiar toda a pradaria”. Nele, o líder revolucionário defendia que, embora as forças da revolução fossem pequenas naquele momento, elas poderiam se desenvolver muito rapidamente devido às condições sociais e políticas da época.

A declaração de Li Qiang ocorreu após ele criticar as dificuldades enfrentadas no desenvolvimento tecnológico global conjunto. Ele enfatizou a necessidade de superar obstáculos, incluindo “restrições como a escassez de semicondutores de ponta” e “limitações no intercâmbio de empresas e profissionais”.

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O chefe de governo não citou os Estados Unidos, mas são os diversos governos americanos que têm implementado essas restrições, sobretudo em relação à China.

Isso abrange a proibição do comércio de semicondutores de ponta, bem como a exportação de equipamentos avançados para a fabricação desses chips.

A cerimônia de abertura também incluiu a presença da presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff. Ela tem promovido a criação de parques tecnológicos conjuntos entre países do Sul Global, bem como políticas de transferência tecnológica.

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Diferenças de paradigmas

No discurso de abertura, Li Qiang defendeu a importância de que “a IA seja utilizada para o bem e para a inclusão”. “A IA deve ser um bem público internacional que beneficie toda a humanidade”, concluiu.

A posição da China, articulada pelo primeiro-ministro, surge poucos dias após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, denominado “Vencendo a Corrida, Plano de Ação da IA dos EUA”, que propõe a desregulamentação do setor. Ao defender a desregulamentação, com apoio do empresariado americano, Trump afirmou: “Precisamos criá-lo e deixá-lo prosperar. Não podemos controlá-lo. Não podemos freá-lo com políticas, não podemos freá-lo com regras absurdas”.

A desregulamentação compreende a aceleração do licenciamento ambiental, por exemplo. Impactos dos data centers incluem enormes consumos de água, lixo eletrônico e consumo de energia.

Fonte por: Brasil de Fato

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