O Produto Interno Bruto da Venezuela apresenta um crescimento de 7,71% no primeiro semestre de 2025 e deve se manter entre os mais expressivos do mundo
As sanções dos Estados Unidos causaram um impacto de R$ 3,5 trilhões no Produto Interno Bruto da Venezuela entre 2015 e 2022.

A economia venezuelana exibiu um crescimento de 7,71% no primeiro semestre de 2025 e alcançou o 17º trimestre consecutivo positivo. Os dados foram apresentados pelo presidente do país, Nicolás Maduro, com base em relatório do Banco Central e projetam que a Venezuela permaneça entre os países com maior crescimento econômico a nível global.
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O aumento foi impulsionado pelos setores de hidrocarbonetos (14,99%), mineração (11,23%), hospedagem e alimentação (8,25%) e comércio (7,19%). Informação, telecomunicações e comunicações (7,13%), manufatura (6,24%) e agricultura (4,6%) também apresentaram crescimento significativo no PIB.
Isso indica um desenvolvimento autônomo para Maduro, visto que, embora haja um aumento significativo nos hidrocarbonetos, o crescimento demonstra que o país diversificou sua economia.
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“A marca de uma nova economia que se diversifica e que está praticamente rompendo sua dependência das receitas do petróleo, porque produz para abastecer e também está começando a produzir para exportar”, disse durante o seu programa semanal Con Maduro+.
O avanço no segundo trimestre atingiu 6,65% e já havia sido divulgado pelo Banco Central do país, porém sem informações detalhadas por setor. Já o PIB do primeiro trimestre apresentou um aumento de 9%, um dos maiores do mundo. Nesse contexto, o chefe do executivo destacou que a economia venezuelana se baseia em duas frentes: produzir para atender à demanda interna e fortalecer a oferta com a produção local, além de gerar riqueza por meio de exportações, em especial do petróleo.
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Também mencionou o impasse envolvendo a Chevron. A petroleira americana perdeu a licença para atuar na Venezuela em maio após uma decisão da Casa Branca. Na semana passada, o governo venezuelano anunciou que a empresa havia recebido uma licença privada do Departamento do Tesouro para prosseguir com suas atividades no país caribenho. Os detalhes da decisão, contudo, não foram divulgados.
O ministro Maduro reduziu a importância da atuação da companhia no país. Ele afirmou que a Venezuela continuará com um crescimento autônomo da presença da petrolífera.
Os jornalistas continuam perguntando sobre a Chevron, Chevron, Chevron… parem com essa tolice, ok? A Venezuela, com ou sem Chevron, está crescendo muito e progredindo por conta própria. Agora eles estão de volta, “bem-vindos, bem-vindos, bem-vindos”, disse em seu programa.
Especialistas consultados pelo Brasil de Fato sustentam que o desempenho do primeiro semestre ainda não é significativamente afetado pela saída da Chevron e que o crescimento do Produto Interno Bruto da Venezuela demonstra um índice elevado, considerando que o país anteriormente enfrentou uma retração causada pelas sanções impostas pelos Estados Unidos.
O balanço das exportações não é divulgado de forma regular pela estatal PDVSA, mas a agência de notícias Reuters afirmou nesta terça-feira (5) que as exportações de petróleo da Venezuela caíram quase 10% em julho em comparação com o mês anterior, enquanto a Chevron e outras empresas esperavam autorização do Departamento do Tesouro dos EUA para continuar atuando no país.
A publicação indica que o país exportou aproximadamente 727 mil barris por dia (bpd) de produtos refinados em julho, inferior aos 807 mil registrados em junho. Adicionalmente, o estudo aponta que cerca de 95% das exportações totais de petróleo venezuelano foram destinadas diretamente ou indiretamente à China, e que Cuba recebeu 31 mil barris diários de petróleo bruto, gasolina e combustível de aviação.
Com a retomada da autorização para a Chevron, o país também deve retomar as exportações. Já a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) divulgou em seu relatório mensal que a Venezuela manteve a produção de mais de 1 milhão de barris por dia, mesmo sem a presença da petroleira estadunidense.
Crescimento contínuo.
As sanções dos Estados Unidos provocaram uma queda drástica na produção petrolífera. Segundo o governo de Nicolás Maduro, em janeiro de 2015 eram extraídos 2,5 milhões de barris diários. Em 2020, essa quantidade diminuiu para 339 mil. Caracas estima que o impacto sobre o Produto Interno Bruto venezuelano entre 2015 e 2022 foi de US$ 642 bilhões (R$ 3,5 trilhões). Para fins de comparação, o PIB da Venezuela em 2023, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), atingiu US$ 92,2 bilhões (R$ 506 bilhões).
A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) revisou a projeção para o crescimento da região. A organização estima que a Venezuela cresça 2% em 2025 e 2% em 2026. Os valores representam a média do que foi projetado para a região. A Cepal espera alta de 2,2% para América Latina e Caribe em 2025.
Fonte por: Brasil de Fato