O que é analfabetismo funcional? Compreenda os níveis e habilidades envolvidos

O Indicador Inaf define os critérios para classificar uma pessoa como analfabeta funcional ou funcionalmente alfabetizada no Brasil.

06/05/2025 13h25

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(Imagem de reprodução da internet).

Criado em 2001 pela ONG Ação Educativa e pelo Instituto Paulo Montenegro, o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) atua em colaboração com a Conhecimento Social Estratégia e Gestão, promovendo pesquisas e ações que orientam o sistema educacional brasileiro.

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O Inaf avalia as competências funcionais em leitura, cálculo e uso de ferramentas digitais, agrupadas em quatro categorias de habilidades: reconhecer e interpretar; localizar e identificar informações; compreender e deduzir significados; e analisar e refletir criticamente.

A partir de agora, o Inaf definiu cinco níveis para construir perfis de indivíduos, que variam do analfabeto funcional ao alfabetizado funcional, considerando suas capacidades e dificuldades.

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Entenda melhor cada um.

Nível 1 – Analfabeto (Analfabetismo Funcional)

São consideradas analfabetas as pessoas que não conseguem executar tarefas básicas que envolvem a leitura de palavras e frases, mesmo que consigam ler números familiares, como o de telefone, endereço ou preços.

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Essas pessoas, que representam 7% da população brasileira entre 15 e 64 anos (Inaf 2024), demonstram grande dificuldade em identificar e executar operações básicas utilizando ferramentas digitais, como o ajuste de tamanho de texto ou imagem, para solucionar atividades cotidianas simples.

Nível 2 – Rudimentar (Analfabeto Funcional)

Indivíduos com baixo nível de alfabetização (36% da população brasileira de 15 a 64 anos) conseguem identificar informações explícitas, apresentadas de maneira direta em textos formados por frases ou palavras, e executar tarefas elementares que demandam o uso de dispositivos digitais.

Adicionalmente, é possível comparar, ler e escrever números familiares (horários, preços, cédulas/moedas, telefones) identificando o maior e o menor valor e solucionar problemas que envolvem situações cotidianas com operações matemáticas básicas.

Contudo, não conseguem executar tarefas diárias que envolvam textos mais longos e complexos, ou que demandem cálculos mais elaborados.

Nível 3 – Elementar (Funcionalmente Alfabetizado)

O indivíduo consegue selecionar, em textos de extensão média, uma ou mais unidades de informação, considerando certas condições e fazendo pequenas inferências. Ele resolve problemas envolvendo operações básicas com números da ordem do milhar, que demandam planejamento e controle, e executa tarefas básicas que requerem o uso de ferramentas digitais.

Constitui cerca de 25% da população brasileira entre 15 e 64 anos, sendo capaz de comparar e relacionar informações numéricas ou textuais apresentadas em gráficos ou tabelas que descrevem situações de contexto doméstico ou social.

Nível 4 – Intermediário (Funcionalmente Alfabetizado)

O Inaf considera alfabetizado no nível intermediário o indivíduo que consegue identificar informações expressas de forma explícita ou implícita em diferentes textos (jornais e/ou científicos), com a capacidade de realizar pequenas inferências. Ele também está preparado para solucionar problemas matemáticos que envolvem porcentagem e proporção, demandando critérios de seleção, elaboração e controle.

Adicionalmente, o indivíduo com alfabetização intermediária interpreta e produz resumos de diferentes textos, conectando normas com situações específicas, identifica evidências e argumentos e analisa a moral da narrativa com sua própria perspectiva ou com o senso comum.

Indivíduos com alfabetização de nível intermediário (correspondente a 25% da população entre 15 e 64 anos) identificam figuras de linguagem, compreendem sinais de pontuação e conseguem executar processos com múltiplas etapas em ambientes digitais para completar tarefas.

Nível 5 – Nível proficiente (Funcionalmente Alfabetizado)

De acordo com o levantamento do Inaf 2024, apenas 10% da população brasileira entre 15 e 64 anos se classificam como proficientes. A pessoa proficiente consegue produzir textos complexos, como mensagens, descrições, exposições ou argumentações, utilizando elementos de um contexto específico e avaliando o posicionamento ou estilo do autor original.

Consegue interpretar tabelas e gráficos com mais de duas variáveis e está preparado para solucionar situações-problema relacionadas a tarefas de diferentes contextos e que incluem diversas etapas de planejamento, controle e elaboração.

É esperado que essas pessoas identifiquem aspectos textuais e quantitativos que possibilitem a análise de evidências para verificar a autenticidade de uma narrativa ou informação, considerando situações de risco (vírus, fraudes, links, mensagens e notícias falsas) e produzam textos (mensagem/post, descrição, exposição ou argumentação) com base nos elementos do texto ou contexto fornecido.

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Fonte: CNN Brasil

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