O que é um Black Hawk, usado pela FAB nas buscas por helicóptero que despareceu em SP
07/01/2024 às 6h25
Tido pela Força Aérea Brasileira (FAB) como uma das aeronaves mais versáteis, o H-60 Black Hawk foi usado para reforçar as buscas pelo helicóptero que despareceu no litoral de São Paulo.
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O Black Hawk é uma aeronave militar de médio porte feito para abranger missões variadas, mas é utilizado para missões de resgate e busca de salvamento, e consegue percorrer até 295 quilômetros por hora.
A aeronave é vista pelo exército como confiável para atuar em missões desafiadoras — é a única que conseguiu chegar à mais de 300 aldeias indígenas localizadas em território Yanomami, na região norte do Brasil, e é utilizada para ações de resgate da população indígena.
Por não ter asas fixas como aviões, o helicóptero militar se adapta à infraestrutura da região e consegue pousar com facilidade em áreas muito afastadas por conta das asas rotativas.
Sétimo dia
As buscas pelo helicóptero entraram no sétimo dia neste domingo (7).
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A área total de busca é de 5.000 metros quadrados, em uma região de Mata Atlântica densa.
O novo reforço vem para acompanhar a aeronave SC-105 Amazonas, do Esquadrão Pelicano, presente nas buscas desde o primeiro dia. Segundo a FAB, a missão foi prejudicada pelas condições meteorológicas e pelo relevo montanhoso na região.
“Agulha no palheiro”
Em entrevista na sexta-feira (5), o tenente-coronel Emanuel Garioli, comandante do Esquadrão Pelicano da Força Aérea Brasileira (FAB), afirmou que não há uma data prevista para que as buscas sejam encerradas.
“Normalmente, quando somos acionados em busca, a meteorologia não é favorável. Temos também um relevo montanhoso e a Mata Atlântica densa. Junto com isso, ainda temos uma aeronave pequena e na cor cinza”, afirmou o oficial.
A Polícia Militar de São Paulo também participa das buscas pela aeronave desaparecida. Na sexta (5), também em entrevista, o major Joscilênio Fernandes, da PM paulista, afirmou que a operação é “como procurar uma agulha no palheiro”. “O helicóptero é cinza, e se ele tiver debaixo das árvores, uma vegetação espessa, fica muito mais difícil o trabalho visual, por mais que a gente seja treinado para isso e estejamos voando baixo”, afirma Fernandes.
Helicóptero tentaria pousar em Ubatuba
Um dos passageiros do helicóptero, o empresário Raphael Torres, 41, enviou uma mensagem de voz ao filho na tarde de domingo dizendo que o tempo estava ruim em Ilhabela e que a aeronave tentaria pousar em Ubatuba.
Também no domingo, outra passageira, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, enviou mensagem ao namorado relatando que o equipamento havia feito um pouso de emergência e que havia muita neblina naquele momento.
Ela disse estar com medo e acrescentou que o helicóptero tentaria retornar. A jovem não soube precisar o local onde o grupo estava.
Quem estava a bordo
Raphael havia convidado para o voo a amiga Luciana Rodzewics, 46, mãe de Letícia. Elas fariam um “bate-volta” em Ilhabela.
Pouco depois da decolagem, Luciana postou um vídeo no Instagram da loja mostrando o momento em que o helicóptero com as quatro pessoas a bordo sobrevoava a capital paulista.
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O helicóptero, um Robinson R44 fabricado em 2001, era pilotado por Cassiano Tete Teodoro, 44 anos. Ele teve sua licença e as habilitações cassadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por causa de “condutas infracionais graves à segurança da aviação civil”. A agência reguladora diz que ele chegou a recorrer, mas a decisão foi mantida.
“Cassiano Tete Teodoro foi cassado em decorrência, entre outros motivos, de evasão de fiscalização, fraudes em planos de voos e práticas envolvendo transporte aéreo clandestino”, acrescenta a Anac.
Ainda de acordo com a agência, “em outubro de 2023, após observar prazo máximo legal para a penalidade administrativa de cassação, que é dois anos, o piloto retornou ao sistema de aviação civil ao obter nova licença com habilitação para Piloto Privado de Helicóptero (PPH)”. “Essa licença não dá autorização para realização de voos comerciais de passageiros”, finaliza a Anac.
A advogada Érica Rodrigues Zandoná, que representa o piloto, diz que “a defesa se resguarda o direito de não comentar até averiguar todos os fatos junto ao seu cliente”.