Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, é considerado um possível candidato à Presidência da República pela direita na próxima eleição. No Congresso, seu nome é frequentemente mencionado em conversas informais entre parlamentares. Contudo, ele concorrerá mesmo? Segundo informações a portas fechadas, Gilberto Kassab e Gleisi Hoffmann não.
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O líder do PSD, Kassab, é peça-chave na gestão Tarcísio, além de ser secretário estadual de Governo e Relações Institucionais. Ele recentemente afirmou que Jair Bolsonaro representa um obstáculo para uma candidatura do governador à presidência.
Tarcísio teria que renunciar à posição atual no início de abril de 2026, seis meses antes das eleições, conforme exigência da legislação eleitoral. Assim, ele se tornaria alvo de ataques do grupo Bolsonaro por vários meses antes do início da campanha.
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O capitão pretende declarar sua candidatura e registrar chapa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mesmo estando inelegível devido à decisão do tribunal e, ainda que condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe.
Em 2018, Lula estava detido em Curitiba desde abril e sua candidatura foi formalizada pelo PT em 15 de agosto. Ele deixou de figurar na disputa após o TSE indeferir a chapa em 1º de setembro.
A complexa relação entre Bolsonaro e Tarcísio leva um deputado do PT a teorizar, em referência à postura do presidente da Câmara, Hugo Motta, de não dar andamento à lei de anistia a golpistas: “A votação da anistia vai expor uma traição: ou ao Bolsonaro ou ao Tarcísio”. Motta é do Republicanos, partido do governador paulista.
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Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais do governo Lula, tem avaliação semelhante à de Kassab. Para a petista, Tarcísio teria de decidir cedo demais se abandonaria o governo paulista para disputar a Presidência. Em abril de 2026, o cenário eleitoral pode ainda não estar suficientemente claro. Lula e seu governo podem recuperar popularidade, o que fortaleceria o presidente. Por que Tarcísio abriria mão de uma vitória aparentemente mais fácil em São Paulo para se arriscar a ficar sem cargo algum?
Em maio de 2021, apenas 24% da população apoiava o governo Bolsonaro, de acordo com o Datafolha. A pior avaliação foi registrada em setembro daquele ano: 22%. Quando a campanha presidencial iniciou, em agosto de 2022, o índice havia subido para 30%. Nas vésperas do segundo turno, era de 38%.
Em fevereiro de 2025, a avaliação positiva do governo Lula era de 24%, conforme dados do Datafolha. Em abril, essa taxa aumentou para 29%.
O ministro da Comunicação Social, Sidônio Palmeira, acredita que o presidente teria vencido mesmo que a eleição ocorresse na pior avaliação. Para ele, a força das políticas públicas e do cargo de presidente torna o mandatário sempre um nome forte. Restou pouco para Bolsonaro renovar o mandato.
A favor do governo, o apoio popular deverá aumentar até as eleições, devido a ações como a sugestão de isenção do Imposto de Renda para salários de até cinco mil reais e a redução dos custos da energia elétrica para as populações de baixa renda.
Fonte: Carta Capital