O que se sabe sobre os ataques a usinas nucleares iranianas realizados pelos EUA

As instalações de Fordow, Isfahan e Natanz são cruciais para as ambições nucleares do Irã e já sofreram ataques do Israel.

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Carro de segurança passa em frente a unidade nuclear de Natanz, a 300 km ao sul de Teerã 20/11/2014

Os Estados Unidos atacaram três instalações nucleares no Irã, declarou o presidente Donald Trump na Truth Social no sábado (21), durante que o conflito Irã-Israel entrava em sua segunda semana.

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As instalações de Fordow, Isfahan e Natanz estão no cerne das ambições nucleares do Irã e já foram alvo de ataques israelenses. Observe o que se sabe sobre elas.

O complexo nuclear, situado aproximadamente a 250 quilômetros da capital Teerã, é reconhecido como a maior instalação de enriquecimento de urânio do Irã.

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Especialistas apontam que ele é empregado para desenvolver e construir centrífugas para o enriquecimento de urânio, uma tecnologia fundamental que converte urânio em combustível nuclear.

A Nuclear Threat Initiative (NTI) relata que Natanz possui seis edifícios acima do solo e três estruturas subterrâneas, sendo duas delas com capacidade para 50.000 centrífugas.

O local sofreu o ataque inicial de Israel ao Irã, com imagens e estudos de satélite evidenciando que os ataques destruíram a capacidade aérea da Usina Piloto de Enriquecimento de Combustível de Natanz.

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Local amplo, em funcionamento desde 2003, onde o Irã vinha enriquecendo urânio com até 60% de pureza, conforme reportado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O enriquecimento do urânio para fins de armas alcançava 90%.

Os ataques anteriores também interromperam o fornecimento de energia elétrica nos andares inferiores, onde as centrifugadoras estão armazenadas, informaram duas autoridades norte-americanas à CNN e à Época. Dada a grande parte da instalação ser subterrânea, a interrupção da energia nessas áreas é a maneira mais eficaz de afetar equipamentos e máquinas subterrâneas.

Ainda se desconhece em grande parte a dimensão e a natureza desta instalação secreta e bem protegida, situada próximo à cidade sagrada de Qom e enterrada nas profundezas de um grupo de montanhas. Grande parte do que se sabe provém de um conjunto de documentos iranianos que foram roubados há anos pela inteligência israelense.

Acredita-se que os salões principais se encontrem a uma profundidade entre 80 e 90 metros, o que dificulta significativamente a destruição da instalação por meios aéreos.

A Israel e relatórios independentes afirmaram que os EUA são o único país com o tipo de bomba necessário para atingir essa profundidade. Contudo, os analistas alertaram que mesmo essas bombas podem não ser suficientes.

O Irã pode converter seu estoque atual de urânio enriquecido a 60% em 233 kg de urânio para fins bélicos em três semanas, na Central de Enriquecimento de Combustível de Fordow, o suficiente para nove armas nucleares, segundo o instituto sem partido Instituto para a Ciência e Segurança Internacional (ISIS).

Relatórios recentes da AIEA indicaram que o Irã elevou a produção de urânio enriquecido a um nível de 60% em Fordow. A instalação possui agora 2.700 centrífugas, de acordo com especialistas e a AIEA.

Isfahã está localizada na região central do Irã e possui o maior complexo nuclear do país.

A instalação foi construída com o apoio da China e inaugurada em 1984, conforme o NTI. Três mil cientistas atuam em Isfahã, e o local é suspeito de ser o centro do programa nuclear iraniano.

A NTI refere que foram fornecidos três pequenos reatores de investigação da China, além de uma instalação de conversão, uma fábrica de produção de combustível, uma fábrica de revestimento de zircônio e outras instalações e laboratórios.

Fonte por: CNN Brasil

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