O relator Alcolumbre permaneceu 7 horas na Mesa Diretora em 2019, durante a obstrução

Para assegurar o controle da cadeira em xeque com Renan Calheiros, o parlamentar permaneceu sentado até que a estratégia alcançasse o objetivo desejado….

06/08/2025 18h55

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Discussão entre os senadores, David Alcolumbre, Kátia Abreu e Renan Calheiros sobre o senador Alcolumbre estar presidindo a sessão do Senado sendo candidato a presidente. BFoto: Sérgio Lima/PODER 360

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), critica a atual composição da Mesa Diretora por parlamentares da oposição. Na terça-feira (5.ago.2025), ao apoiar manifestantes de Jair Bolsonaro (PL) contra a prisão domiciliar do ex-presidente, declarou que se tratava de um “exercício arbitrário das próprias razões”.

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Em fevereiro de 2019, o próprio Alcolumbre ocupou a Mesa. Permaneciu 7 horas seguidas na cadeira de presidente do Senado para assegurar um procedimento que pudesse favorecê-lo na votação para a liderança da Casa Alta, que disputou na época com Renan Calheiros (MDB-AL).

Os membros das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado são, no momento, compostos por apoiadores de Bolsonaro, que teve a prisão domiciliar determinada na segunda-feira (4.ago) pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Na quarta-feira (6.ago), uma parcela deles se amontoou na Mesa do Senado.

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Os atos bolsonaristas têm prejudicado votações e as comissões. Líderes opositores afirmam que o protesto persistirá até que o projeto de anistia para os condenados pelo dia 8 de Janeiro seja incluído na pauta. Eles também defendem o impeachment de Moraes, cuja realização depende de uma decisão do presidente do Senado.

As eleições de 2019

Em fevereiro de 2019, em um cenário marcado pela recente posse de Jair Bolsonaro na Presidência da República, um grupo de senadores articulou-se para impedir a eleição de Renan para o comando da Casa Alta, tradicionalmente exercido pelo MDB. O então ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, fazia parte dessa articulação.

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Nesse contexto de renovação e confronto interno, Alcolumbre, até então um nome discreto, surgiu como o principal candidato da oposição a Renan, com o apoio da Casa Branca.

Na véspera da votação, Alcolumbre desconsiderou uma decisão da Secretaria-Geral da Mesa Diretora que transferia a presidência do Senado ao congressista mais velho, José Maranhão (MDB-PB), aliado de Renan. Afirmou que, por ser remanescente da direção anterior, tinha o direito de presidir as sessões. Conduziu os trabalhos por mais de 7 horas ininterruptas. Opositores denominaram a manobra de “autoproclamação”.

Alcolumbre, então 3º suplente da antiga Mesa, conduziu uma votação para que a escolha do presidente do Senado fosse aberta, visando constranger aliados e impedir que votassem em Renan.

Após sete horas, com a eleição aprovada, Alcolumbre adiou a votação para o dia seguinte. Só então se levantou. O colega Jorge Kajuru afirmou que precisou usar fraldas geriátricas para suportar tanto tempo na cadeira.

Contudo, o ministro Dias Toffoli, do STF, ordenou que a eleição permanecesse confidencial. A primeira votação foi invalidada após a identificação de 82 votos, um acima do número de senadores. Na segunda votação, 77 parlamentares compareceram. Renan desistiu da candidatura, justificando o descumprimento da decisão do STF, após Flávio Bolsonaro admitir abertamente voto em Arémio, que se tornou o vencedor.

Leia a íntegra da sessão de 1º de fevereiro de 2019 (PDF – 2 MB).

Fonte por: Poder 360

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