O setor mineral do Brasil totalizou US$ 20 bilhões em exportações no primeiro trimestre de 2025

Em razão da crise comercial, a Ibram afirma estar articulando com Alckmin e aguardando definição sobre a missão a ser enviada aos Estados Unidos.

05/08/2025 19h28

3 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

O setor mineral brasileiro registrou exportações de US$ 20,1 bilhões no primeiro semestre de 2025, com uma redução de 6,5% em comparação com o ano anterior. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (5.ago.2025) pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) em coletiva de imprensa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O volume de exportação cresceu 3,7%, atingindo 192,5 milhões de toneladas. A receita total do setor de mineração brasileiro alcançou R$ 139,2 bilhões no período, representando um aumento de 7,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O minério de ferro representou 63% do volume exportado pelo setor, porém o faturamento diminuiu 8,2%, totalizando R$ 73,5 bilhões – o que corresponde a 52,8% da receita proveniente das exportações.

LEIA TAMBÉM:

A China representou o destino principal das exportações minerais do Brasil no período, captando 68,1% do volume total em toneladas. As importações foram concentradas principalmente nos Estados Unidos (22%), Rússia (20%), Austrália (12%) e Canadá (12%).

Em relação à tarifização norte-americana, que entrará em vigor na quarta-feira (6.ago), o Ibram afirmou que a principal preocupação é com o vanádio.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O presidente do instituto, Raul Jungmann, afirmou que se trata de um caso preocupante e que haverá trabalho com os ministérios do Comércio e das Minas para negociar.

Alguns produtos brasileiros estão sujeitos às novas tarifas.

De acordo com o instituto, itens como ferro (25,7%), niobio (10,6%) e ouro semi-manufaturado (12,2%) não sofrerão alterações.

Em face da tensão comercial, o setor mantém diálogo com o governo brasileiro.

Jungmann afirmou que não existe definição sobre uma missão do setor nos Estados Unidos. Contudo, mencionou contato com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), encarregado da articulação.

Não pretendemos realizar um movimento isolado, de um setor para outro.

Minerais críticos, estratégicos e terras raras

Raul Jungmann também comentou a afirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que o Brasil não renunciará à soberania sobre seus minerais críticos.

O presidente do Ibram declarou que o petista está correto e que a fala do ministro Fernando Haddad, que defendeu acordos bilaterais com os EUA, “não discrepa” do posicionamento do chefe do Executivo. “Talvez estivessem pensando em coisas diferentes”, afirmou.

Os Estados Unidos intensificaram os esforços para garantir o fornecimento de minerais críticos, incluindo lítio, nióbio, cobre, grafite, cobalto, urânio e terras raras, visando diminuir a dependência da China.

Esses insumos são cruciais para setores de alta tecnologia, defesa e transição energética, porém seu processamento ainda se concentra majoritariamente no território chinês.

Quanto ao PL 2.780/2024, sobre terras raras, Jungmann declarou que o instituto está acompanhando o texto proposto pelo deputado Zé Silva (Solidariedade-MG).

Acredita-se que terá aprovação antes da COP30 [Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025], afirmou. A proposta está em avaliação no setor e, para ele, é vista como estratégica.

Júlio Nery, diretor de Assuntos Mineradores do Ibram, declarou que a agência competente deverá analisar, propor e definir a lista de minerais críticos e estratégicos para o Brasil, embora ainda não exista um consenso definitivo sobre o assunto.

Ele afirma que o que é considerado mineral crítico e o que é estratégico varia bastante, pois cada país possui sua própria lista. No Brasil, atualmente, são listados aproximadamente 20 minerais como estratégicos, sendo que essa relação necessita ser atualizada periodicamente.

Nery complementa, ressaltando a necessidade de estabelecer o prazo para essas modificações, enfatizando a importância de um processo contínuo para acompanhar as transformações do mercado internacional e as diretrizes nacionais.

Fonte por: Poder 360

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.