O Supremo Tribunal Federal decidiu unânime pela condenação de 10 militares por envolvimento em tentativa de golpe

Dois dos envolvidos não foram admitidos no processo criminal devido à ausência de evidências. Foi a primeira vez que o tribunal negou o recebimento do caso.

20/05/2025 18h45

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(Imagem de reprodução da internet).

A 1ª Turma do STF julgou, na terça-feira (20.mai.2025), por unanimidade, admitir o inquérito da PGR contra nove militares, entre os 12 da ativa e reserva, e um agente da PF, acusados de tentar um golpe de Estado em 2022.

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O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, votou pela rejeição da denúncia contra dois militares, considerando insuficientes as provas apresentadas. Ele foi acompanhado por Flávio Dino, Carmen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin.

Assim, um processo penal é instaurado no tribunal e os réus passam a responder pelas condutas criminosas de:

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Caso sejam aplicadas as penas máximas para cada delito, as penas para os denunciados podem chegar a 36 anos.

NÚCLEO 3

Os réus são suspeitos de compor um grupo de operação, formando uma organização criminosa para assegurar a permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

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A acusação da procuradora-geral indica que os envolvidos conspiraram para realizar atos de coerção, incluindo o acompanhamento de autoridades públicas e a implementação de um plano para sua neutralização.

A investigação da Polícia Federal apurou que entre os alvos estavam os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e o então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Eles também seriam responsáveis por persuadir e pressionar a alta cúpula do Exército a concluir o plano.

A elaboração da “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro” foi realizada, sendo vazada a Paulo Figueiredo, apresentador do programa “Pingos nos Is”, da Jovem Pan.

A finalidade da divulgação era inserir os comandantes resistentes ao golpe em uma máquina de amplificação de ataques pessoais e aumentar a adesão ao documento produzido.

Em mensagens de aparelhos celulares apreendidos, constataram-se indícios de que os acusados aprofundaram as dúvidas acerca da manutenção da versão de fraude eleitoral.

Compreenda o papel de cada réu.

A Procuradoria-Geral da República afirma que o coronel do Exército coordenou ações táticas para persuadir e pressionar a alta cúpula da Força. Ele mantinha contato com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, sobre a possibilidade de fraudes nas urnas.

O militar era membro dos kids pretos e assessor do Comando Militar do Sul. Seria o responsável por coordenar o encontro dos integrantes das Forças Especiais para discutir como persuadir os comandantes a apoiarem a tentativa de golpe.

O ex-general da reserva do Exército era responsável pelo Coter (Comando de Operações Terrestres). A acusação afirma que ele coordenou o uso das Forças Terrestres seguindo as orientações da organização criminosa.

Em conversas captadas no celular de Cid, Theophilo revelaria estar preparado para realizar os atos necessários para concretizar o golpe de Estado, se Bolsonaro sancionasse o decreto que o legitimasse.

Os tenentes-coronéis também participaram da pressão para convencer e pressionar a alta cúpula do Exército a aderir à tentativa de golpe de Estado.

O tenente-coronel do Exército teria coordenado operações militares para supervisionar e conter figuras públicas, de acordo com a acusação da PGR.

Crianças negras teriam implementado um plano para assassinar Moraes, Gilmar e Pacheco, como parte da organização conhecida como “Punhal Verde Amarelo”, durante o grupo “Copa 2022” no Signal.

Lima também trocou mensagens com Cid, discutindo dúvidas acerca da legitimidade do processo eleitoral.

O tenente-coronel do Exército exercia funções no Estado-Maior, órgão responsável pela preparação da Força Terrestre. Estava sob a chefia do general Valper Stumpf, que, segundo a acusação, não participou da tentativa de golpe.

Resende Júnior participou da reunião entre os “kids pretos” para elaborar a “Carta ao Comandante”.

Os tenentes-coronel do Exército integraram o grupo “Copa 2022”.

O tenente-coronel do Exército exerceu pressão para persuadir a alta cúpula da Força a apoiar a tentativa de golpe. Ele e o tenente-coronel Sérgio Cavaliere discutiram a possibilidade de entregar o documento ao apresentador Paulo Figueiredo.

Figueiredo possuía notável influência no ambiente militar devido à sua ascendência, sendo neto do general João Baptista Figueiredo, o último presidente do regime militar (1964-1985).

Ao comunicar ao jornalista o conteúdo da carta, visava-se inserir os comandantes resistentes ao golpe em uma máquina de amplificar ataques pessoais e elevar a adesão ao documento produzido.

Após o apresentador divulgar seus nomes no programa, em novembro de 2022, os alvos passaram a ser objeto de ataques virtuais nas redes sociais.

O agente da PF coordenou operações de campo para observar e conter agentes.

O procurador-geral, Soares, comunicou informações delicadas acerca da equipe de segurança que atuava na cerimônia de colação de grau do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a membros do governo Bolsonaro.

Em maio, a PF apreendeu áudios de Wladimir Soares em que ele mencionava a existência de um grupo armado preparado para proteger o ex-presidente. Ele afirmou que poderia incriminar ministros do STF e “assassinar diversas pessoas” caso fosse necessário.

Em fevereiro, outros fragmentos atribuídos a ele também foram divulgados. Nas mídias, Soares mencionava o plano de assassinar o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que ele estava “na mira”.

Fonte: Poder 360

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