O Vaticano (FOLHAPERSS) – A Igreja Católica selecionou seu novo papa. Após 16 dias do falecimento de Francisco, a fumaça branca foi emitida a partir da chaminé da Basílica de São Pedro às 13h08 (18h08 em Roma) desta quinta-feira (8). Imediatamente, os fiéis que preencheram a praça São Pedro celebraram, pois o sinal indica que os 133 cardeais reunidos para o conclave alcançaram um consenso mínimo de dois terços dos votos, e o escolhido aceitou ser o líder religioso. O nome do novo chefe da Igreja será divulgado em breve.
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A cor da fumaça causou surpresa. De 1903 para cá, Pio XII, em 1939, foi escolhido no segundo dia da manhã, na terceira sessão de votos. Joseph Ratzinger se tornou Bento XVI na quarta votação, e Jorge Mario Bergoglio passou a ser Francisco após a quinta sessão, ambos na parte da tarde. Após a fumaça, o cardeal eleito é levado a um cômodo onde provará as vestes papais para ajustá-las ao seu corpo. Concluído o processo de vesti-lo, a expectativa é pelo “Habemus Papam”, a tradicional frase que anuncia a chegada do novo pontifice. O anúncio cabe ao cardeal protodiácono, o decano entre os cardeais diáconos – uma das três divisões de cardeais, cuja função é auxiliar o papa em suas atribuições. Hoje, o protodiácono é o francês Dominique Mamberti, 73. Será ele quem falará, em latim, “Annuntio vobis gaudium magnum. Habemus Papam” (Anuncio-vos uma grande alegria. Temos papa). Na sequência, Mamberti dirá “Eminentissimum ac reverendissimum Dominum, Dominum”, “eminentíssimo e reverendíssimo Senhor, dom”. E falará o nome do cardeal escolhido. Depois, virá a frase “Sanctæ Romanæ Ecclesiæ Cardinalem”, e o francês dirá o sobrenome do cardeal eleito. Por fim, a última frase em latim, Qui sibi nomen imposuit (Que se impôs o nome), e revelará aos fiéis como será chamado o 267º pontífice.
No conclave que elegeu Bento XVI, o tempo entre a fumaça branca e o “Habemus Papam” foi de aproximadamente duas horas: o anúncio ocorreu às 12h50 em Brasília, e a notícia foi divulgada às 14h43. Na eleição de Francisco, o período foi menor: fumaça branca às 15h06 e “Habemus Papam” às 16h12.
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O cãoclusivo assumiu a configuração atual a partir do século XIII, após a eleição mais longa da história da Igreja Católica. Após a morte de Clemente IV, em novembro de 1268, os cardeais necessitaram de dois anos e dez meses para escolher o sucessor, Gregório X. O nome só foi definido após ficarem trancados em uma sala sem teto e alimentados com pão e água. Gregório X publicou, então, uma lista de normas que regulamentavam o cãoclusivo fechado.
O modelo evoluiu desde então, mas somente no século XX a eleição do papa ficou livre de interferências de fora da Igreja Católica. Entre os séculos XVII e a eleição de Pio XI, em 1914, os reis católicos da Europa tinham o direito de veto na escolha do pontifíce. Em 1903, o instrumento foi utilizado pela última vez, quando a Áustria vetou o nome do cardeal Mariano Rampolla. Na Antiguidade, há evidências de que os pontífices nomeavam seus sucessores nas primeiras eleições papais.
Sete cardeais brasileiros participaram deste conclave. Em ordem de idade, Paulo Cezar Costa, 57 anos; Jaime Spengler, 64 anos; Ségio da Rocha, 65 anos; Leonardo Steiner, 74 anos; Orani Tempesta, 74 anos; e Joã¬o Braz de Aviz, 78 anos. Dom Raymundo Damasceno Assis, 88 anos, não pôde votar devido à sua idade.
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Fonte: Jornal Cidade