Observe a lagarta carnívora que se camufla com restos de insetos

A camuflagem praticada pela lagarta carnívora coletora de ossos atua tanto como mecanismo de proteção quanto como ferramenta de ataque.

30/04/2025 13h08

2 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

Uma rara espécie de lagarta carnívora foi encontrada em uma ilha do Havaí, nos Estados Unidos: o animal habita teias de aranha e apresenta camuflagem com partes de insetos consumidos, incluindo cabeças de formigas, asas de mosca e abdômen de besouros. Pesquisadores norte-americanos o apelidaram de “lagarta coletora de ossos”. As descobertas da observação foram publicadas na revista Science na última quinta-feira (24/4).

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A coletora de ossos habita teias de aranha e se alimenta dos fragmentos descartados das presas dos insetos da aranha. Possivelmente, para evitar a detecção, essas lagartas constroem casulos portáteis decorados com partes descartadas não comestíveis.

A camuflagem é utilizada tanto como estratégia de defesa quanto de caça. A lagarta carnívora é a primeira encontrada a viver em áreas de caça de aranhas e com enfeites do resto de presas. Existem poucas espécies de lagarta que se alimentam de carne — apenas cerca de 300 das quase 200 mil espécies de borboletas e mariposas são carnívoras. A coletora de ossos pertence ao gênero Hyposmocoma e também é chamada de lagarta-de-casca-fantasma-havaina.

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O entomologista Dan Rubinoff identificou a lagarta pela primeira vez durante expedições nas Montanhas Waianae, há quase 20 anos. Posteriormente, foram encontrados 62 indivíduos, todos observados em uma área de apenas 15 quilômetros quadrados.

Como funciona a estratégia da lagarta

A lagarta coletora de ossos se fixa em teias de aranha encontradas em árvores, troncos ou fendas rochosas. Normalmente, apenas uma indivíduo ocupa a teia, devido ao hábito de se alimentarem mutuamente. Assim, o animal aguarda o momento oportuno para atacar os insetos capturados pela teia da aranha.

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Após se alimentar, a lagarta emprega fragmentos de presas e a cutícula trocada por aranhas para se camuflar, auxiliando em ocultar o odor e a aparência do animal hospedeiro, evitando que a aranha o reconheça como perigo ou alimento.

Ao organizar sua coleção de insetos camuflados, a lagarta constrói meticulosamente seu casulo, diminuindo fragmentos maiores até o tamanho adequado. Em seguida, ela tece os resíduos com seda, formando uma espécie de armadura camuflada. Após se alimentar por meses, sela o invólucro e inicia a metamorfose, transformando-se em mariposa.

Risco de extinção

A análise genética indicou que a linhagem da lagarta coletora de ossos possui cerca de seis milhões de anos, sendo mais antiga que a existência da ilha de Oahu, local onde foi encontrada. algum ancestral deve ter chegado lá vindo de um lugar diferente. Embora existam outras linhagens de Hyposmocoma, a espécie é única de seu tipo.

Os pesquisadores afirmam que essa espécie é 5 milhões de anos mais antiga que a ilha havaiana mais antiga, mas atualmente está altamente ameaçada de extinção, sendo encontrada em apenas uma população em Oahu.

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Fonte: Metrópoles

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