A OMS (Organização Mundial da Saúde) passou a recomendar a vacinação contra a dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, para crianças e adolescentes. O imunizante indicado é o Qdenga, desenvolvido pela farmacêutica japonesa Takeda.
Qdenga:
A vacina Qdenga é administrada em duas doses, com um período de espera de três meses entre cada aplicação.
Esta vacina é formulada com os quatro diferentes sorotipos do vírus da dengue.
Resultados de ensaios clínicos demonstraram uma eficácia geral de 84,1% na prevenção da doença causada por qualquer um dos sorotipos da dengue, 12 meses após a segunda dose.
Além disso, a vacina Qdenga reduziu as hospitalizações relacionadas à dengue em impressionantes 90,4%.
O grupo de recomendação inclui crianças e adolescentes, com idades entre 6 e 16 anos, que residem em regiões onde a dengue é endêmica. No Brasil, a doença é reconhecida como uma endemia.
As mudanças climáticas podem ser um dos agravantes na alta do número de casos. O aumento das chuvas e o acúmulo de água parada favorecem a reprodução do mosquito — o que, por sua vez, resulta na disseminação da doença.
A dengue representa um fardo significativo para a saúde pública em países endêmicos e deverá aumentar ainda mais, tanto em termos de incidência quanto de expansão geográfica, devido às mudanças climáticas e à urbanização.
A vacina vai ser disponibilizada pelo SUS?
Em uma declaração divulgada em julho deste ano, o Ministério da Saúde afirmou que a inclusão de uma vacina contra a dengue no SUS será determinada exclusivamente com base em critérios científicos e tecnológicos. A pasta diz que segue os processos institucionais definidos por lei para assegurar o acesso sustentável, com a possibilidade de considerar produtos importados ou de fabricação nacional.
A Takeda solicitou a incorporação da Qdenga ao SUS. Por isso, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec) ainda avalia se a fórmula deve ser incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI). O processo só deve ser concluído em 2024.
Mas e a vacina brasileira?
A vacina Butantan-DV, produzida pelo Instituto Butantan, já demonstrou uma eficácia de 79,6%. Seus estudos estão programados para continuar até 2024 devido à necessidade de acompanhar todos os voluntários da pesquisa por um período de cinco anos. Esta vacina é administrada em dose única e é recomendada para indivíduos com idades entre 4 e 59 anos, independentemente de já terem tido a doença ou nunca terem sido infectados.