ONS defende a necessidade de monitoramento independente por sistemas autônomos

O Operador do Sistema Elétrico declara que implementará ações para controlar e diminuir o risco de falhas na transmissão até 2028.

02/07/2025 16h39

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(Imagem de reprodução da internet).

A assessora executiva da diretoria de Planejamento do ONS, Sumara Duarte Ticom, declarou na quarta-feira (2.jul.2025), durante sessão da Comissão de Minas e Energia da Câmara, que a rede de transmissão de energia elétrica do Brasil necessita de supervisão por um agente autônomo para prevenir sobrecarga e falhas na transmissão.

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Existem pontos no sistema elétrico em que ocorre uma inversão de transmissão, podendo causar sobrecargas em equipamentos, e será necessário implementar ações para evitar e solucionar essa situação, como aumentar o controle e o gerenciamento da geração de energia elétrica, a fim de impedir que o fluxo saia da rede de distribuição.

A supervisão é realizada por um agente autônomo.

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A partir de 2028, o ONS informou, em nota técnica, que 11 estados estariam em alerta para risco de sobrecarga da rede elétrica devido à produção de energia elétrica por painéis fotovoltaicos. A entidade atuaria para evitar que essa situação se tornasse realidade, conforme declarado pela Ticom.

Após a publicação, o ONS declarou que o documento não aponta risco iminente de extinção, mas as avaliações do desempenho elétrico do SIN (Sistema Interligado Nacional) em um horizonte de 5 anos à frente, de forma que a operação futura ocorra com qualidade e equilíbrio entre segurança e custo.

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A Comissão de Minas e Energia realizaria uma sessão às 16h desta 4ª feira, para analisar o risco de sobrecarga no sistema elétrico, a pedido do deputado Hugo Leal (PSD-RJ), porém preferiu ouvir a porta-voz na sessão que ocorreu às 11h, para tratar de proposições legislativas.

O parlamentar declarou que o Congresso “necessita compreender os verdadeiros perigos de um excesso de trabalho”.

Essas informações, se confirmadas, intensificam ainda mais a preocupação em relação aos constantes apagões que nosso país tem enfrentado nos últimos anos, causando inúmeros prejuízos de ordem social, econômica e de segurança pública, declarou o congressista para solicitar a Audiência.

Fluxo Reverso

A ocorrência desse risco se dá quando a energia produzida pelos painéis solares não é utilizada, entrando em um “fluxo reverso” no sistema elétrico. O caminho usual da eletricidade seguia das grandes geradoras às subestações e, em seguida, ao consumidor final.

A energia em excesso gerada por Micro e Minigeração Distribuída retorna ao sistema de transmissão, estabelecendo uma rota de retorno e apresentando o risco de sobrecarga na subestação. Essa sobrecarga pode levar a apagões devido ao desligamento do sistema.

A MMGD é a geração de energia elétrica por sistemas de pequeno porte, como painéis solares, instalados próximos ao ponto de utilização, permitindo o envio do excedente à rede elétrica.

Conforme dados do ONS, 11 estados correm risco de sobrecarga:

O ONS declara que o estudo não indica uma eventual “catástrofe pública” decorrente de sobrecarga. Contudo, ressalta que a atenção aos riscos do fluxo reverso no sistema necessita de maior vigilância e supervisão.

A Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) declara que a energia fotovoltaica não acarreta riscos de sobrecarga decorrentes da MMGD. A entidade também rejeitou a alegação de que a energia gerada por painéis solares compromete as linhas de transmissão.

A Absolar considera que a MMGD “auxilia em fortalecer e aumentar a resiliência da rede elétrica, ao aproximar a geração de eletricidade dos locais de consumo”. Nesse contexto, a pressão sobre os recursos hídricos e sobre a infraestrutura de transmissão e distribuição seria amenizada, assim como a perda de energia em longas distâncias também seria minimizada.

Fonte por: Poder 360

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