O ministro Alexandre de Moraes, do STF, declarou existir a possibilidade de indícios de que advogados de Jair Bolsonaro (PL) também tentaram obstruir a investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado.
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A Polícia Federal (PF) poderá ouvir Fábio Wajngarten — que deixou a defesa em julho do ano passado — e Paulo Cunha Bueno por até cinco dias.
A decisão foi tomada após a apresentação por parte da defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do esquema, de uma série de documentos à Polícia Federal.
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Os materiais visam refutar informações fornecidas por Eduardo Kuntz, advogado do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro que já se encontra preso por tentar obstruir a investigação.
Kuntz comunicou ao STF que atuou como mediador com Cid em uma série de mensagens trocadas nas redes sociais, divulgadas pela revista “Veja”. O advogado foi então investigado por obstrução.
Ele declarou não ter iniciado a busca por Cid ou seus familiares, atribuindo a iniciativa de estabelecer contato ao tenente-coronel através das redes sociais.
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Cid, por sua vez, alega que Kuntz contatou insistentemente sua filha menor de idade via WhatsApp, com as mensagens sendo encaminhadas pela defesa do denunciado – a Polícia Federal.
Cid alega que Kuntz tentou convencer a adolescente a omitir informações em suas conversas. Em outra ocasião, teria solicitado que a menina organizasse um encontro em um local que o pai considerasse “seguro e confortável”.
A defesa de Cid também alega que Kuntz e Bueno tentaram “cercar” a mãe do tenente-coronel, Agnes, em ocasiões na Hipica de São Paulo, “no sentido de desestabilizar a defesa então constituída” pelo delator.
Já Wajngarten teria realizado um esforço intenso para conversar com a família do tenente-coronel, contatando sua filha adolescente e também sua esposa, Gabriela.
A decisão de Moraes apontou que as condutas narradas pela autoridade policial indicam a prática, em tese, do delito de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
Ademais, a Polícia Federal deverá anexar aos autos do processo a extração e a categorização dos dados armazenados no celular da filha de Cid.
Em entrevista à CNN, foi revelado que Kuntz manteve contatos com a família do delator devido a uma disputa judicial envolvendo a participação da filha do tenente-coronel em uma competição de equidade.
Ele relatou ter tido contato com algumas pessoas para conseguir uma vaga para a filha dele participar de um concurso de equitação, durante o período em que o indivíduo estava preso. Não negou envolvimento no caso.
Fonte por: CNN Brasil