Operações policiais levantam interrupção de voos entre Venezuela e Colômbia
O governo venezuelano afirma que a rota aérea colombiana tem sido utilizada por mercenários para prejudicar as eleições no país. A diplomacia de Petro busca reverter a situação.

A Venezuela suspendeu sua ligação aérea com a Colômbia após acusar a chegada de “mercenários” por essa rota com o objetivo de “sabotar” as próximas eleições.
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O chavismo acusa governistas de alegar planos para derrubar o presidente Nicolás Maduro, que supostamente seriam orquestrados pelos Estados Unidos e pela Colômbia, em colaboração com a oposição.
O ministro do Interior, Diosdado Cabello, mencionou na nova acusação a líder da oposição, Marisa Corina Machado, que atualmente reside em condição de ocultação.
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Ela, que denunciou fraude na reeleição de Maduro em julho, solicitou que as pessoas não compareçam às eleições de governadores e legisladores de 25 de maio.
A deriva.
A ação foi determinada antes da decolagem de um voo Bogotá-Caracas da companhia aérea Latam.
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Alguns passageiros já haviam embarcado quando a tripulação anunciou o cancelamento da rota e que deveriam desembarcar. No terminal, telefonavam para familiares para obter mais informações e decidir o que fazer.
“Eles precisam pensar no povo e nas pessoas que estão fora”, declarou a AFP Gianlore Lorenzo, um comerciante de 64 anos. “Não podem nos deixar à deriva (…), esperamos uma solução.”
“É lamentável que eu não possa retornar à Venezuela, pois faz seis anos desde a última vez que estive lá, indo passar minhas férias em meu país”, declarou, por sua vez, Thajois Leonetti, engenheira de 50 anos residente no Chile que fazia conexão na Colômbia.
Ela se queixou de que a decisão não foi divulgada com a devida antecedência, o que prejudicou o planejamento dos viajantes.
Cabello não especificou por quanto tempo permanecerá em vigor a nova suspensão, embora o aviso no sistema de informações para pilotos (NOTAM) e as autoridades colombianas tenham indicado que ela se estende até segunda-feira, 26 de maio.
A Venezuela já apresenta uma conectividade aérea limitada, devido à interrupção de relações com outros países da região e à decisão de algumas empresas de interromper suas operações por conta de dívidas em aberto.
Canais diplomáticos
A chancelaria da Colômbia informou à AFP que acionou “canais diplomáticos” e solicitou informações à Venezuela. “Não fomos notificados de nada previamente e desconhecemos os detalhes dos alertas mencionados pelo ministro”, declarou.
Cabello apontou que o suposto plano visava provocar atos de violência no país após as eleições, incluindo atacar embaixadas consideradas na Venezuela, hospitais e comandos policiais.
A decisão sobre os voos se baseia no entendimento do ministro de que os indivíduos supostamente mercenários chegaram ao país “a partir da Colômbia”, ainda que tivessem partido inicialmente de outros países. Alguns foram detidos na fronteira.
O tráfego aéreo entre Venezuela e Colômbia foi restabelecido em novembro de 2022, após a ascensão ao governo de Gustavo Petro, o que possibilitou a retomada das relações.
Em 2019, Maduro cessou essas relações, quando o ex-presidente Iván Duque não aceitou sua primeira eleição em 2018 e admitiu Juan Guaidó como presidente.
(Com informações da AFP)
Fonte: Carta Capital