Operadoras pedem participação no Plano de Preços da OTAN e Marina adverte sobre “Serra Pelada do petróleo”
Manifesto exige o encerramento da expansão de combustíveis fósseis na Amazônia, ao mesmo tempo em que o ministro argumenta que são necessários estudos a…

O Brasil assume a liderança da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), em Bogotá, no próximo dia 22, sob pressão para assumir um papel de destaque na transição energética e na proteção da Amazônia. Por um lado, mais de cem organizações da sociedade civil entregaram ao Itamaraty um manifesto, solicitando que o país defenda o fim da expansão do petróleo e do gás na região, transformando-a em uma zona global de exclusão de combustíveis fósseis. Essa demanda possui grande simbolismo, não se limitando a um gesto diplomático, mas representando um posicionamento que colocaria o Brasil na vanguarda de um movimento global por descarbonização. Por outro lado, o debate interno revela contradições. Em junho, o governo leiloou 19 blocos exploratórios na margem equatorial, arrecadando R$ 844 milhões com empresas como Petrobras, ExxonMobil, Chevron e CNPC. Recentemente, o Ibama autorizou testes para perfuração no bloco FZA-M-59, na foz do Amazonas.
Nesse contexto, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, emitiu um alerta de que, sem estudos ambientais amplos e prévios, o país corre o risco de criar uma “Serra Pelada do petróleo”, uma corrida predatória por recursos com impactos ambientais e sociais irreversíveis. Marina defende a realização da Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) antes de qualquer nova exploração, justamente para evitar decisões tomadas apenas por conveniência econômica.
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A incongruência não é pequena: o Brasil almeja protagonismo climático global, ao mesmo tempo em que mantém e até expande áreas de exploração em uma das regiões mais vulneráveis do planeta. Na OTCA, os líderes debaterão a chamada Declaração de Bogotá, que poderá incluir ou não o compromisso de impedir a expansão de combustíveis fósseis na Amazônia. A ausência desse ponto enfraqueceria o discurso ambiental brasileiro e fortaleceria críticas sobre o distanciamento entre retórica e prática. O dilema está colocado: continuar apostando em uma economia que ainda depende fortemente do petróleo ou acelerar a transição para energias renováveis, utilizando o capital político e ambiental que o país ainda possui. Não se trata apenas de proteger a biodiversidade ou de cumprir metas climáticas internacionais. Trata-se de soberania e de uma visão de futuro. Se a Amazônia é estratégica para o planeta, explorar petróleo em seu território mais frágil é abrir mão desse ativo. Na próxima semana, o mundo estará atento a Bogotá. E o Brasil terá que responder, com ações e não apenas com discursos.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Redação ZéNewsAi
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