Operadores portuários apontam falhas na estrutura de logística

A construção do mega terminal de contêineres no Porto de Santos é considerada insuficiente para solucionar os problemas do setor.

26/06/2025 14h34

2 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

Em uma reunião nesta quinta-feira (26.jun.2025), representantes do setor portuário manifestaram críticas à infraestrutura logística do país durante o Fórum da Anut (Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga). O diretor executivo da Usuport (Associação de Usuários dos Portos da Bahia), Paulo Villa, declarou que o STS 10 – projeto para a construção do novo terminal de contêineres no Porto de Santos – não seria suficiente para solucionar os problemas existentes no setor.

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O Brasil não dispõe de infraestrutura portuária adequada para cargas conteinerizadas e o STS 10 não irá solucionar os problemas do país isoladamente.

Segundo Villa, a discussão sobre a licitação do novo terminal iniciou-se em 2019 devido ao acúmulo de navios e cargas no terminal e não apresentou avanços relevantes desde então. O sistema portuário brasileiro transformou-se em um entrave à industrialização.

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A não observância dos contratos e a falta de embarque ou desembarque de mercadorias geram aumento de custos. O sistema logístico vigente configuraria uma política contrária à industrialização. O Brasil dobraria o volume de transporte de cargas em menos de 10 anos com investimentos em infraestrutura.

O leilão do Tecon 10 incluirá a ampliação de 50% do terminal de contêineres STS 10 no Porto de Santos, que opera com alta demanda.

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O diretor executivo do Centronave, Claudio Loureiro, concorda com Villa e declara que o Brasil se restringe a “mesmo”.

Ele afirma que o governo não ampliou a capacidade do porto de Santos nos últimos 10 anos, o que ele considera “inimaginável em qualquer país do mundo”, pois 50% dos novos modelos de navios produzidos globalmente não conseguem atracar no local.

Não é possível aumentar o número de navios devido à falta de berçário e à impossibilidade de eles entrarem no porto por causa da espera de 36 horas na fila do terminal, afirmou.

O setor produtivo deve se unir para pressionar o governo e garantir a licitação do STS 10, considerando seu papel fundamental em todo o sistema portuário do Brasil.

O porto reflete a ordem das escalas de todos os demais portos do país. Se um navio chega excessivamente carregado no Brasil, ele necessita descarregar parte da carga em Santos para prosseguir com a viagem, afirma ele.

O diretor técnico do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), Eduardo Heron, afirmou que a carência de infraestrutura portuária no Brasil obriga o setor produtivo a controlar o crescimento para evitar os custos portuários. Ele informou que, no período de 2025, os produtores de café sofreram prejuízo de R$ 76 milhões devido ao atraso no embarque de cargas.

Precisamos garantir o crescimento para evitar dificuldades com os custos das mercadorias nos terminais. Já considerei buscar uma numeróloga para verificar se existem perspectivas favoráveis para o futuro das cargas contêinerizadas no Brasil, declarou.

Este jornal digital também buscou, por e-mail, o Ministério de Portos e Aeroportos. Não houve resposta até o momento. O espaço permanece aberto para manifestação.

Fonte por: Poder 360

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