A oposição ao governo Lula (PT) tem questionado a substituição no cargo de chefe do Ministério da Previdência Social, após o escândalo de descontos indevidos de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que veio à tona em reportagens do Metrópoles e levou a uma operação da Polícia Federal (PF) na semana passada.
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Na sexta-feira (2/5), após reunião com o presidente da República, Carlos Lupi (PDT) pediu demissão do cargo de ministro. Em seguida, Lula anunciou Wolney Queiroz, também do PDT, para o cargo. Wolney era então secretário-executivo de Lupi, o número dois na hierarquia da pasta.
O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sôstenes Cavalcante (RJ), informou que está protocolando representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando investigação e o afastamento imediato de Wolney por omissão e possível prevaricação. Já a senadora Damares Alves (PL-DF) acionou a Justiça para tentar impedir a posse de Wolney.
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“O povo não é boba, nomear o Lupi como ministro é pior do que deixar o Lupi”, criticou o deputado federal José Medeiros (PL-MT).
Desvio de conduta e desvio de conduta no INSS.
O caso do INSS foi divulgado pelo Metrópoles em uma série de reportagens iniciadas em dezembro de 2023. Três meses depois, o portal noticiou que a arrecadação das autarquias com descontos de contribuições de aposentados aumentou significativamente, atingindo R$ 2 bilhões em um ano, ao mesmo tempo em que as associações enfrentavam milhares de processos por fraudes nas admissões de beneficiários.
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Diversos processos foram analisados em que organizações foram condenadas por fraudar a adesão de aposentados que desconheciam suas atividades e, entre uma e outra, passaram a ter descontos mensais de R$ 45 a R$ 77 em seus benefícios, antes mesmo do pagamento pelo INSS.
As reportagens identificaram os empresários envolvidos nas entidades acusadas de fraudar filiações de aposentados para obter milhões de reais com descontos de mensalidade. Após a publicação das matérias, em julho de 2024, o diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, foi exonerado do cargo.
Em abril de 2025, as reportagens do Metrópoles noticiaram a abertura de inquérito pela Polícia Federal e forneceram informações para as investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). Um total de 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que originou a Operação Sem Desconto, desencadeada em 23/4 e que resultou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência.
Fonte: Metrópoles