Organização das Nações Unidas manifesta preocupação e envia ofício ao governo brasileiro, expressando críticas ao Projeto de Lei do Licenciamento Ambiental

A aprovação do projeto no Senado levanta preocupações internacionais e questiona o posicionamento ambiental do governo Lula em antecipação à COP30.

03/06/2025 22h11

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DF - MARINA SILVA/SENADO/MARGEM EQUATORIAL/BATE-BOCA - POLÍTICA - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (c), deixou uma audiência pública na Comissão de Infraestrutura (CI), no Senado, em Brasília (DF), após uma série de discussões com parlamentares da oposição. Ao lado, o presidente da Comissão, senador Marcos Rogério (PL- RO)(d). Marina diz que se sentiu desrespeitada durante a sessão convocada para debater a criação de unidades de conservação na Margem Equatorial. 27/05/2025 - Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Em 2023, em meio à promessa de protagonismo climático do Brasil na COP30, a ONU divulgou uma denúncia formal contra uma das bases da política ambiental do país. A advertência veio por meio de uma carta assinada por três relatores especiais da Organização das Nações Unidas, que exigem explicações ao governo Lula sobre o Projeto de Lei 2.159/2021 – conhecido como “PL do Licenciamento Ambiental”. O documento é direto: a proposta, recentemente aprovada no Senado, representa um risco concreto à biodiversidade, aos direitos humanos e aos povos tradicionais. Segundo a ONU, a proposta viola tratados internacionais assinados pelo próprio Brasil e segue em direção contrária ao que o país promete ao mundo.

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Entre os pontos mais críticos está o autolicenciamento, que permite que empresas declarem por conta própria que suas atividades não oferecem risco ambiental. Trata-se de uma espécie de carta branca para o avanço do desmatamento, sem estudos técnicos, sem consulta pública, sem transparência. O texto também prevê isenção de licenciamento para uma série de atividades agropecuárias – exatamente no setor com maior histórico de pressão sobre biomas frágeis como a Amazônia e o Cerrado.

A ONU não é uma organização não governamental. É um organismo multilateral do qual o Brasil faz parte e que, historicamente, atuou como parceira nas questões ambientais. Quando o alerta soa, indica que a situação é mais grave. O governo Lula, que tanto enfatizou a liderança ambiental, se encontra em um ponto crítico: vetar o projeto e confirmar o compromisso com a proteção da floresta, ou sancioná-lo e comprometer a imagem do país em um momento em que o mundo o acompanha. Porque, na COP30, discursos ecológicos não serão suficientes.

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Fonte por: Jovem Pan

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