Organizações de direita preveem manifestação em apoio a Lula após campanha com críticas a Trump

A divulgação de campanhas contra o aumento tarifário fortalece o engajamento da base petista, que exibe as cores verde e amarelo em um evento do partido…

02/08/2025 13h55

5 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

Vermelho, branco, azul, verde e amarelo foram as cores mais vistas no sábado (2.ago.2025) no 17º Encontro Nacional do PT, em Brasília. A campanha de resposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao tarifário imposto ao Brasil por Donald Trump (republicano) impulsionou que o evento da militância petista tivesse elementos patrióticos que ficaram comumente associados a manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As frases “Brasil soberano” e “Brasil dos brasileiros” estampavam bonés azuis, verdes, amarelos, brancos e vermelhos.

As palavras foram selecionadas sem aleatoriedade. Constam nas campanhas do PT e do governo Lula para responder às medidas anunciadas por Trump e suas declarações sobre o Brasil, incluindo o pedido para que cessasse a “caça às bruxas” contra Bolsonaro.

LEIA TAMBÉM:

O Planalto determinou que a palavra “soberania” seria um dos pilares das comunicações nas campanhas sobre a tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos a produtos brasileiros.

Em 13 de julho, dois dias após o anúncio da tarifação pelos norte-americanos, Lula utilizou uma camiseta com a frase “O Brasil é dos brasileiros”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O boné foi desenvolvido pelo ministro Alexandre Padilha em reação ao slogan “Make America Great Again” de Trump. Colaboradores de Lula iniciaram o uso do acessório durante a eleição para o Senado, em 1º de fevereiro.

No auditório, na Área Central de Brasília, selecionado pelo PT para reunir seus cerca de 1.000 delegados de todo o país, os bonés fizeram sucesso. Normalmente, eles carregavam a hashtag “semAnistia” nas laterais. Os militantes estão na capital federal para definir quais conceitos e diretrizes orientarão a sigla nos próximos anos.

Dirceu Tietado

O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, um dos momentos mais comentados do evento, declarou ao Poder360 que o encontro abordou a agenda da soberania devido às ações dos Estados Unidos.

A soberania nacional foi atacada, a independência do Poder Judiciário brasileiro foi atacada e é hora de unir o Brasil em torno do governo do presidente Lula. Defender o Estado Democrático de Direito, defender a soberania nacional. Então, o encontro, evidentemente, se voltou para essa agenda da tarifação, para a agenda da não anistia.

Uma observação frequente entre os participantes do evento era sobre como o governo utilizou o discurso do fator Trump para explorar temas como nacionalismo e soberania, o que reacendeu a militância, que retomou a adesão a essas pautas, que nos últimos anos haviam sido restritas à direita.

A defesa do Brasil soberano sempre foi da esquerda, não da direita no Brasil. Historicamente, a esquerda sempre defendeu o nacionalismo, a industrialização do Brasil, a democracia, o acesso à terra e a distribuição dela.

A delegada do Piauí, Melissa Macedo, de 27 anos, afirmou que as ações de marketing do governo e do PT nas redes sociais influenciaram a base de apoio do Partido dos Trabalhadores.

“Foi muito animador, pois nós retomamos para nós o verdadeiro patriotismo que havia se perdido e que outro grupo havia distorcido. E agora nós retomamos para nós como verdade e esse é o verdadeiro patriotismo, a soberania brasileira. Dá um ânimo para nossa eleição, para nós enquanto petistas e brasileiros”.

Vestindo um boné azul, semelhante ao usado por Lula em eventos pelo país, com a inscrição “Brasil dos Brasileiros”, Angelo Raniere, 38 anos, de Pernambuco, afirmou que a injeção de ânimo reflete não só na militância que, segundo ele, já é sempre aguerrida, mas também na população de forma mais ampla.

O Brasil se destaca nas batalhas em defesa da soberania, já houve um momento do petróleo é nosso e agora a população brasileira, a militância, reagiu de forma intensa a essas sanções do presidente Trump e, realmente, espelha o sentimento do patriotismo genuíno.

Com base na mais recente pesquisa da PoderData, as taxas de aprovação do governo apresentaram uma melhora discreta. Entre maio e julho, os valores oscilaram de forma positiva para o petista, aproveitando o debate sobre a soberania após a privatização.

Uma pesquisa do PoderData, realizada entre 26 e 28 de julho, aponta que o governo é atualmente desaprovado por 53% dos eleitores. A taxa apresentou queda de 3 pontos percentuais em dois meses. Paralelamente, a aprovação foi de 39% para 42%. A diferença entre as taxas positiva e negativa diminuiu de 17 pontos percentuais para 11 pontos percentuais.

O estudo também revelou que 46% dos eleitores consideram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua família responsáveis pelas tarifas impostas pelo presidente dos EUA. Adicionalmente, 32% atribuem a responsabilidade pela sobretaxa a Lula. Estes percentuais correspondem aos 74% de eleitores que manifestaram conhecimento das novas taxas.

Bandeira nacional

Após a implementação da tarifa, Lula tem utilizado a bandeira verde e amarela em manifestações em favor do Brasil, buscando dissociar o símbolo do bolsonarismo. É a retomada de um movimento ocorrido em 2022, após a vitória eleitoral, em que o petista afirmava que os brasileiros eram os únicos donos da bandeira nacional. Agora, repete as mesmas frases.

Em 25 de julho, durante o lançamento de novos projetos do PAC em Osasco, Lula reuniu seus ministros presentes no palco para uma foto segurando a bandeira brasileira, buscando dissociar o símbolo do bolsonarismo. É a retomada de um movimento ocorrido em 2022, após a vitória eleitoral, em que o petista afirmava que os brasileiros eram os únicos donos da bandeira nacional. Agora, repete as mesmas frases.

O movimento repercutiu no encontro do PT neste sábado (2.ago).

A secretária de relações internacionais do PT nacional, Joseane Borges, 41 anos, do Piauí, se destacava nos corredores do evento. Utilizava um macacão amarelo, com um blazer verde oliva. Segundo ela, o visual foi intencional para representar a luta pela recuperação da bandeira como um símbolo da população.

“Como líder natural do movimento LGBT, que é o movimento que mais sofre com a dor e a delícia de ser o que é por toda essa junção de gente bolsonarista que vem lutando para massacrar o nosso povo. Nós estamos aqui na luta, sim, para recuperar as cores da bandeira do Brasil, que é nossa”, afirmou.

O congresso nacional do Partido dos Trabalhadores iniciou-se na sexta-feira passada (1º de agosto) e prossegue até domingo (3 de agosto), ocasião em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está previsto para participar de um evento com o presidente da sigla, Edinho Silva.

Fonte por: Poder 360

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.