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Os médicos estão preocupados! O vape é prejudicial à saúde?


Os médicos estão preocupados! O vape é prejudicial à saúde?
(Foto Reprodução da Internet)

Coloridos, modernos, de diferentes sabores e cercados de fake news. Os cigarros eletrônicos, também conhecidos como pods ou vapes, crescem em popularidade entre crianças e adolescentes — deixando especialistas em alerta para o adoecimento em massa que deve ocorrer nos próximos anos.

Muitas pessoas acreditam equivocadamente que o cigarro eletrônico é menos prejudicial ou até mesmo inofensivo quando comparado ao cigarro tradicional. Essa ideia é amplamente espalhada pela internet. No entanto, estudos recentes mostram que as redes sociais têm um papel importante na popularização do vape, retratando-o como algo glamouroso, saudável e seguro. Especialistas afirmam que essa imagem está distante da realidade e alertam para os perigos do uso do cigarro eletrônico.

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Os jovens usam os dispositivos sem saber dos seus efeitos prejudiciais, como relatado pela pediatra e pneumologista Débora Chong, do Hospital Pequeno Príncipe. Ela diz que eles são como lobos disfarçados de cordeiro.

Mas afinal o vape é prejudicial à saúde?

Ela explica que, independente da presença de nicotina, os pods podem causar problemas sérios para a saúde. Estudos indicam que alguns tipos de saborizantes, quando aquecidos na temperatura do vape, também produzem substâncias prejudiciais à saúde, incluindo substâncias cancerígenas. Essas substâncias podem lesionar os pulmões e até mesmo resultar em internações em um curto período de tempo. Ela adverte sobre os riscos.

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Os médicos estão preocupados com o uso do cigarro eletrônico por crianças e adolescentes, pois pode causar danos à saúde no futuro.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), além desses efeitos tóxicos, podem ser observados aumento da prevalência de bronquite e asma, danos à saúde da boca e da garganta e dependência. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sinaliza que os dispositivos podem afetar o desenvolvimento cerebral, com impactos no aprendizado e na saúde mental, além de desencadear e agravar doenças cardíacas e respiratórias.

Sem contar que, os já conhecidos malefícios da nicotina permanecem, com quantidades muito superiores às dos cigarros tradicionais sendo frequentemente encontradas nos vapes: “Se chega a ter entre 10 e 15 vezes mais nicotina numa ampola de vape do que em um maço de cigarro”, aponta a médica.

Novas formas de atuação da indústria

O apelo comercial de um produto tão maléfico à saúde não é exatamente novo. “O vape, para as crianças e adolescentes de hoje, têm a mesma relação que o cigarro comum teve para os nossos avós. Acham que não vicia e não conhecem os problemas causados pelo cigarro eletrônico”,  explica João Paulo Becker Lotufo, representante da Sociedade Brasileira de Pediatria para assuntos sobre álcool e outras drogas.

Para se adaptar à redução do consumo de cigarros comuns em todo o mundo, a indústria criou uma nova forma de produto. Agora, a publicidade é feita principalmente na internet e através de recomendações de boca-a-boca, utilizando uma nova abordagem visual para destacar que os “pods” são diferentes dos cigarros tradicionais.

A indústria sabe como fazer isso. Ela está criando produtos que são atrativos para os jovens, que muitas vezes não entendem os problemas que isso pode causar. Muitos jovens podem se tornar dependentes da nicotina. O cheiro ruim do cigarro foi substituído por cheiros mais agradáveis, e suas cores foram tornadas mais vibrantes. Palavras como “vaporizar” estão sendo usadas em vez de “fumar”. No entanto, os efeitos prejudiciais ainda existem – na verdade, eles podem até ser piores. É importante enfatizar que o líquido usado para vaporizar a nicotina contém substâncias cancerígenas, metais pesados ​​e pode causar inflamação.

Como os pais lidam com filhos que usam vape?

Chong diz que a informação é muito importante. É necessário ouvir e não julgar, conversando com os adolescentes, para manter um canal de comunicação aberto e fornecer informações confiáveis. É preciso saber que o cigarro eletrônico não é inofensivo, não é algo simples e faz mal à saúde. É uma situação preocupante.


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