Os partidos da Esplanada obtiveram 62,5% dos votos favoráveis a Ramagem

A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (7.mai) o recurso que suspende a ação contra Ramagem.

08/05/2025 15h53

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(Imagem de reprodução da internet).

A anulação do processo contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) obteve o apoio de sete partidos com ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Parlamentares dessas legendas emitiram 197 votos favoráveis ao congressista, representando 62,5% do total de 315 votos obtidos.

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A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (7.mai.2025) o recurso que suspende a ação contra Ramagem no STF. O congressista é réu na Corte por tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Houve 315 votos favoráveis à suspensão, 143 contrários e 4 abstenções. Ramagem necessitava de no mínimo 257 votos a seu favor. A SAP 1 de 2025 ainda deverá ser analisada pelo STF.

Leia também:

Existe uma interpretação de que o relatório do deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) possibilitou a manutenção dos benefícios para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Partidos fragmentados.

Deputados do União Brasil votaram 50 votos a favor de Ramagem. O número não é superior aos 85 votos do PL.

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O União Brasil designou os ministros do Turismo, Celso Sabino, e das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho. Contudo, desde sua fundação, com a união dos partidos Democratas e PSL, o partido apresenta divisões e a posição em relação ao Palácio do Planalto não é consensual.

A comissão parlamentar é formada por 60 deputados, sendo que apenas 10 não votaram a favor de Ramagem. Desses, 4 se manifestaram contra a suspensão do processo e 6 não compareceram para votar.

A discordância interna no União Brasil veio à tona quando o presidente Lula convidou o líder do partido na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA), para ocupar o ministério das Comunicações, o que foi negado pelo parlamentar. O deputado votou a favor de Ramagem.

Gaspar, relator do recurso, do União Brasil, mas vinculado à ala bolsonarista do partido, gerou desconfiança entre governistas desde que seu nome foi indicado para elaborar o parecer.

O PL é outro partido com ministério, porém não possui posição de consenso em relação ao governo Lula. A sigla contou com André Fufuca, ministro do Esporte, mas é liderada pelo senador Ciro Nogueira (PL-PI), que também foi ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro. Da base de 49 parlamentares, 44 votos foram marcados a favor de Ramagem.

No Republicanos, 40 deputados votaram pela suspensão do processo. O partido do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), detém o Ministério de Portos e Aeroportos, com Silvio Costa Filho.

De um total de 44 deputados do MDB, 32 votos foram a favor de Ramagem. O partido ainda não possui posição de consenso em relação ao Governo, embora possua três ministérios: o de Planejamento, com Simone Tebet, o de Cidades, com Jader Barbalho Filho, e o de Transportes, com Renan Filho.

Outro com três ministérios é o PSD: Minas e Energia, com Alexandre Silveira, Agricultura, com Carlos Fávaro, e Pesca, com André de Paula. A bancada deu 26 votos a favor da suspensão. O partido tem demonstrado insatisfação com a falta de espaço no governo e espera obter mais uma pasta.

MAIS À ESQUERDA

O Partido Socialista Brasileiro, do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, emitiu 3 votos favoráveis. O partido também designou Márcio França para o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

O PDT, cuja representação na Câmara votou a favor de 2 votos, possui o Ministério da Previdência. No entanto, o escândalo de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) levou Carlos Lupi a renunciar ao cargo.

Lula substituiu Wolney Queiroz por um petista, mas a bancada do partido já demonstrava insatisfação, considerando a necessidade de maior espaço no governo. Mario Heringer (PDT-MG) também expressou reclamações sobre questões relacionadas ao Ministério da Previdência.

O Poder360 apurou que o apoio de partidos de centro à suspensão da ação contra Ramagem foi visto como uma forma de criar um precedente para outras ações que possam surgir contra congressistas. Esta foi a primeira vez que a Câmara aprovou uma SAP (Sustação de Andamento de Ação Penal) de um deputado.

O governo também não interveio no processo eleitoral, considerando que a disputa era inviável diante da análise de uma ação judicial contra um deputado federal.

Petistas reclamam que o relatório de Gaspar criou espaço para que a suspensão do processo contra Ramagem também favoreça Bolsonaro, pois o relator defende que a imunidade parlamentar deveria abranger outros investigados.

Fonte: Poder 360

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