Ouro atinge novo recorde de US$ 4.300 e se aproxima da melhor semana em 20 anos
Movimento revela uma combinação de fatores que aumentam a demanda pelo metal, incluindo fragilidade dos bancos dos EUA e guerra comercial.

Ouro atinge novo recorde em cotação
Na madrugada desta sexta-feira, 17, o ouro alcançou um novo recorde, com uma cotação de US$ 4.378,69 por onça. Por volta das 3h15, no horário de Brasília, o metal estava sendo negociado a US$ 4.359,31, apresentando uma alta de 0,8%. Às 5h38, a cotação era de US$ 4.353,19.
Esta semana está se configurando como a melhor para o ouro em mais de 17 anos, com uma valorização semanal de aproximadamente 8,6%, e recordes sendo superados em todas as sessões desde segunda-feira. Nos contratos futuros com vencimento em dezembro, a cotação chegou a US$ 4.372,10, com um avanço de 1,6%.
Esse movimento reflete uma combinação de fatores que aumentaram a demanda pelo metal, como sinais de fragilidade no sistema bancário regional dos Estados Unidos, tensões comerciais entre Washington e Pequim, e a expectativa crescente de novos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).
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Aversão ao risco e valorização do ouro
O momento atual é caracterizado por um aumento da aversão ao risco. Analistas indicam que o ouro se tornou o principal destino para investidores em busca de segurança, especialmente em meio às incertezas do cenário macroeconômico global.
Normalmente, os mercados operam em dois modos: risk-on (ambiente favorável ao risco) ou risk-off (predomínio da cautela). Contudo, o atual ciclo de valorização do ouro, que já dura mais de dois anos, desafia essas classificações.
Desde outubro de 2022, o ouro valorizou cerca de 2,5 vezes, e em 2025, a alta já supera os 50%, com um aumento notável nas últimas 10 semanas. Curiosamente, esse rali ocorre em paralelo à alta das bolsas, um comportamento historicamente incomum.
Hipóteses para a alta do ouro
Diversas teorias têm sido apresentadas para explicar a disparada do metal, mas nenhuma delas, isoladamente, consegue justificar completamente o fenômeno. O Morgan Stanley aponta três narrativas principais em circulação nos mercados.
- Medo de uma bolha em ações de tecnologia: Parte dos investidores estaria comprando ouro como proteção contra uma possível bolha especulativa, especialmente no setor de inteligência artificial.
- Hedge contra inflação: O ouro é tradicionalmente utilizado para proteger o poder de compra durante ciclos inflacionários, mas as expectativas de inflação nos EUA permanecem estáveis, próximas de 3,2% ao ano.
- Desvalorização do dólar: O ouro é visto como proteção contra o enfraquecimento do dólar, impulsionado por fatores como o alto endividamento dos EUA e o movimento global de desdolarização.
Nova dinâmica no sistema financeiro
O Morgan Stanley sugere que o que pode estar realmente impulsionando o rali do ouro é uma mudança estrutural no sistema financeiro internacional, com a preparação para uma nova era de moedas digitais e o enfraquecimento do dólar como padrão global.
Nesse novo cenário, o ouro pode ser utilizado por bancos centrais e governos como um ativo estratégico para sustentar moedas digitais ou novas estruturas monetárias. A China e outros países emergentes têm aumentado suas reservas de ouro, reduzindo a dependência do dólar em transações internacionais.
Esse movimento pode sustentar a valorização do metal por vários anos, segundo o banco.
Perspectivas para o futuro
O analista Tim Waterer, da KCM Trade, acredita que a cotação de US$ 4.500 por onça pode ser alcançada mais rapidamente do que o esperado, caso as incertezas sobre a guerra comercial e o risco de paralisação do governo americano persistam.
Além disso, investidores estão apostando em mais cortes de juros, com o mercado já precificando um corte de 25 pontos-base na próxima reunião do Fed, programada para os dias 29 e 30 de outubro.
Ouro também se beneficia do aumento das tensões geopolíticas. Recentemente, os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin anunciaram uma nova cúpula para discutir a guerra na Ucrânia, enquanto o Reino Unido impôs sanções contra grandes empresas petrolíferas russas.
No mercado de metais preciosos, a prata atingiu um pico de US$ 54,35, acumulando uma alta de 8% na semana. O paládio e a platina operam com leves quedas, mas mantêm ganhos semanais.
Recomendações para investidores
De acordo com o Morgan Stanley, a recomendação é que os investidores mantenham suas posições conforme suas alocações estratégicas, mas reforcem a diversificação. Classes de ativos como imóveis, infraestrutura privada, real assets e setores como energia e saúde podem oferecer proteção e ganhos consistentes.
O ouro, em meio a tantas incertezas, continua sendo um ativo central em um mercado que busca abrigo em tempos turbulentos.
Autor(a):
Redação ZéNewsAi
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