Ouro em alta e dólar em queda: pior semana da moeda dos EUA desde julho!

Moeda americana cai com receios sobre bancos regionais, declarações dovish do Fed e prolongamento do shutdown.

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(Imagem de reprodução da internet).

Ouro em Alta e Dólar em Queda

Enquanto o ouro atinge novos recordes e se aproxima de sua melhor semana em quase 20 anos, o dólar enfrenta um cenário oposto. Nesta semana, a moeda americana registrou sua pior performance semanal desde julho, com uma queda de 0,5% até a sexta-feira, 17, conforme o Bloomberg Dollar Spot Index.

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O Dollar Index (DXY) recuou de 99,00 para 98,22 pontos entre os dias 13 e 17 de outubro, apresentando uma retração de 0,79%. Essa desvalorização foi influenciada por diversos fatores macroeconômicos e geopolíticos, fazendo com que o dólar perdesse força em relação a quase todas as principais moedas, incluindo o real brasileiro.

Fatores que Afetam o Dólar

A queda do dólar é atribuída a uma série de elementos que abalam a confiança na economia americana a curto prazo. Entre eles, estão os sinais mais brandos do Federal Reserve (Fed), a crise bancária regional e a falta de dados econômicos devido ao shutdown do governo.

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Um dos principais fatores que contribuíram para a desvalorização do dólar foram os sinais dovish de dirigentes do Fed. O governador Christopher Waller indicou que o banco central pode continuar a cortar juros em incrementos de 0,25 ponto percentual para apoiar um mercado de trabalho em enfraquecimento.

Impactos do Shutdown do Governo

A situação fiscal também é um peso significativo. O shutdown do governo dos EUA já está na terceira semana, sem um acordo no Congresso. Essa paralisação impacta o funcionamento de agências federais e atrasa a divulgação de dados essenciais, como inflação e PIB, aumentando a incerteza entre investidores.

No mercado de renda fixa, os rendimentos dos Treasuries de dois anos caíram para o menor nível em seis semanas, indicando uma busca por ativos mais seguros e antecipação de cortes na taxa básica.

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Desempenho do Dólar Frente a Outras Moedas

O enfraquecimento do dólar foi generalizado. Entre 13 e 17 de outubro, a moeda americana apresentou os seguintes desempenhos em relação às principais divisas:

Pressões sobre o Dólar

Analistas do ING Bank, como Chris Turner e Francesco Pesole, afirmam que o dólar está sendo pressionado por uma combinação de eventos. O aumento do escrutínio sobre os bancos regionais dos EUA afeta tanto as ações quanto a moeda, que também enfrenta a reprecificação moderada do Fed.

Além disso, há esperanças de uma trégua na Ucrânia, queda nos preços do petróleo e tensões comerciais entre os EUA e a China, que contribuem para a fragilidade do dólar.

Perspectivas Futuras

Embora os mercados de opções indiquem um sentimento mais pessimista a curto prazo, investidores ainda mantêm apostas de fortalecimento do dólar até o fim do ano. Contudo, a convicção é baixa, com traders operando em posições de curto prazo e reagindo a notícias.

O Morgan Stanley projeta que o dólar pode recuar até 10% até o final de 2026, à medida que os juros e o crescimento econômico dos EUA se alinhem aos de outras economias desenvolvidas. A instituição recomenda atenção a moedas de países exportadores de commodities e pares do sudeste asiático.

Desdolarização em Curso

Além dos fatores conjunturais, existem elementos estruturais em jogo. Aumento das reservas de ouro pelos bancos centrais e o avanço das moedas digitais estatais têm contribuído para a “desdolarização”, uma tendência de longo prazo que busca reduzir a dependência do dólar em transações internacionais.

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